Ele sempre foi intransigente na defesa da sua terra. Conheci Deonel Rosa Junior no início dos anos 70. Ele havia recém-chegado de Olímpia para trabalhar na Rádio Cultura. Eu chegara de Mirassol para trabalhar na Rádio Clube de Votuporanga. Num sábado fui o seu convidado para a “Festa do Arroz”, um grande evento em Jales. Alí, estabelecemos uma amizade sem fim. Confesso que a princípio, reconhecendo o seu talento, tentei resgatá-lo para Votuporanga. Bobagem, Deonel já tinha criado raízes em Jales.
Na imprensa formamos uma dupla regional inseparável em todas as empreitadas que visasse o desenvolvimento do então antigo sertão de Rio Preto. Na bancada da imprensa somamos com os ideais dos grandes líderes políticos da época, com destaque para Roberto Rollemberg e Édinho Araujo. As reuniões da AMOP onde as pautas eram assuntos de interesse regionais estávamos sempre lá de microfone em punho cobrando mais ação das autoridades na busca incessante pelas prioridades da região, notoriamente, a duplicação da rodovia e a ponte rodoferroviária.
Deonel fez história no jornalismo tornando-se uma referência no interior de São Paulo. Além da política promoveu a cultura, o turismo e o lazer. Na época do badalado concurso de Miss São Paulo lá estava ele entre os grandes da imprensa de São Paulo promovendo a candidata de Jales. A visita de agentes do governo em qualquer cidade da região lá estava ele peitando autoridades, cobrando as principais reivindicações da sua terra.
Nos anos 90 numa circunstância não prevista tive de assumir a presidência da ADJORI (Associação dos Jornais do Interior) e, de imediato, convidei para formar na diretoria o diretor do Jornal de Jales. Deonel tornou-se um líder entre os dirigentes de jornais do interior. O grupo havia determinado pela realização do Congresso na cidade de Ribeirão Preto. Deonel mudou o rumo do evento. Ele convenceu os congressistas que seria mais interessante para os jornalistas conhecer o cultivo da uva de Jales e mostrar o potencial turístico de Santa Fé do Sul. Foi um grande encontro com dirigentes de órgãos de imprensa que nunca haviam passado pelo noroeste paulista. Eram profissionais da imprensa da grande São Paulo, do litoral e regiões do Vale do Paraíba e Vale da Ribeira. Todos saíram encantados com o potencial da nossa região.
Ao derrotar a sede do Congresso em Ribeirão e levar o evento para sua cidade, Deonel passou a ser chamado no grupo de “O embaixador de Jales”.