A notícia da morte do jornalista Deonel Rosa surpreendeu-me no curso de uma viagem de trabalho aos Estados Unidos e por isso não pude estar presente nas homenagens que Jales lhe prestou. A tristeza acionou o mecanismo da memória e eu revi o dia em que o conheci, já faz 40 anos.
Um grupo de companheiros reunido em torno do Roberto Rollemberg tomou a iniciativa de organizar o PMDB na cidade e na região. Lá estavam, entre outros, Edinho, Soler, Garça, Rayel, Figueira. Desci de um ônibus na rodoviária e fui para o encontro na Câmara Municipal.
Foi o primeiro ato político de que participei na nossa Região. E foi também quando dei minha primeira entrevista ao Deonel. Depois vieram outras, a cada vez que eu ia a Jales ao longo de minha carreira política, que esse mestre do jornalismo testemunhou e registrou.
Ao longo de minha vida pública, por vocação e dever de ofício, relacionei-me com jornalistas dos mais diversos perfis e de um sem número de veículos. Pouquíssimos profissionais reúnem tantas qualidades positivas quanto as que Deonel ostentou: a honestidade intelectual, o apego à verdade, a isenção e o texto primoroso.
Nunca soube nem procurei saber a cor política de Deonel, somente um alinhamento ele sempre revelou e manifestou no seu trabalho jornalístico e na participação na vida associativa da cidade que o acolheu vindo de Olímpia: um amor incondicional e apaixonado por Jales.
Recebam seus colegas do Jornal de Jales, familiares e amigos a expressão da minha tristeza e de minha solidariedade.
Aloysio Nunes Ferreira Filho (ex-ministro das Relações Exteriores (carta publicada no Diário da Região em 24/5/2023)