FAIR-PLAY – No último sábado, na hora do almoço, o inesperado fez uma surpresa. Convidado para um encontro comemorativo a aniversariantes que frequentam o Bar do Rafa, na Rua Amazonas, o ex-prefeito Flávio Prandi Franco (União Brasil) chegou cedo e começou a cumprimentar os presentes, chamando-os pelo nome. Meia hora mais tarde, chegaram o atual prefeito Luis Henrique dos Santos Moreira (PSDB) e seu fiel escudeiro José Ângelo Caparroz Vieira, chefe de gabinete. Quando LH se aproximou de Flá, o bar inteiro ficou de olho. Embora estejam em trincheiras políticas opostas, os dois trocaram cumprimentos e até um abraço.
PERDA – Boa parte dos moradores de Jales foi dormir em luto fechado no último final de semana. Na noite de sábado, 25 de fevereiro, começou a circular a notícia de que o médico patologista Mário Okanobo, presidente da Unimed de Jales, tinha sido encontrado sem vida na parte exterior de sua residência.
SUSTO – No domingo de manhã, quando a notícia se espalhou, a surpresa foi geral principalmente entre os colegas da classe médica já que Okanobo vinha se recuperando muito bem de um problema de saúde que o acometera e exercendo suas funções com o entusiasmo de sempre. Por esta razão, muita gente foi ao Velório Municipal confortar a esposa dele, professora Luzia, a filha Cristiane (advogada) e o filho André (médico), que moram em São Paulo. Heitor, o outro filho, que mora e trabalha nos Estados Unidos, veio para o sepultamento do pai no dia seguinte, em São José do Rio Preto.
MÉRITO – Além de seu trabalho como médico patologista cujo laboratório funcionava na Santa Casa, e como médico legista da Polícia Civil, onde se aposentou, Mário Okanobo teve importantíssima participação no processo de instalação da unidade de Jales do Hospital de Câncer de Barretos, posteriormente redenominado Hospital de Amor.
LEGADO – Ele se perfilou ao lado do então prefeito Humberto Parini que, através da Fundação Dr. Masaru Kitayama, presidida por Alessandro Ramalho, vislumbrou a possibilidade de trazer o Hospital de Câncer para Jales. Como a Unimed, presidida por Mário Okanobo, tinha um hospital em construção em Jales, mas com obras paralisadas, Parini propôs a troca do recinto da Facip, que pertencia à Prefeitura, pelo prédio.
LEGADO (2) – Convicto de que a proposta era factível, o presidente da cooperativa médica, com muita habilidade , sem levantar a voz e usando argumentos sensatos, agiu nos bastidores no sentido de convencer os cooperados a aceitar a proposta da municipalidade, o que acabou acontecendo, depois de exame de todos os prós e contras.
XEQUE-MATE- Consumada a transação, Parini deu o xeque-mate doando o prédio do hospital à Fundação Pio XII, mantenedora do Hospital de Barretos. Posteriormente, a diretoria da Unimed presidida por Okanobo colocou à venda o recinto da Facip, que foi arrematado por um grupo de Santa Fé do Sul, distribuindo o valor arrecadado entre os cooperados.
ALINHAMENTO – Nos últimos 10 dias, a Provedoria da Santa Casa de Jales ficou sob a responsabilidade do 1º vice-provedor Edson Roberto da Silva, substituto natural do titular Carlos Toshiro Sakashita, que viajou para o exterior e que tem sua volta prevista para meados da semana que entra.
SUCESSÃO – Se depender da vontade de Toshiro, que tem defendido seu ponto de vista publicamente, e não houver nenhuma intercorrência, Edson, que está engajado no processo de administração do hospital nos mínimos detalhes, será o próximo provedor.
DIRETAS JÁ – Na última quinta-feira, 2 de março, foi comemorado o 40º aniversário de apresentação no Congresso Nacional da Emenda Dante de Oliveira, ponto nevrálgico da campanha das Diretas Já, que sacudiu o país de norte a sul, propondo a eleição do presidente da República pelo voto direto após 19 anos de regime de exceção protagonizado por cinco generais que foram os máximos mandatários do país — Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Baptista Figueiredo.
FESTA DA DEMOCRACIA – A partir da Emenda Dante de Oliveira milhares de pessoas, incluindo os principais lideres da oposição, entre os quais o presidente do MDB, Ulysses Guimarães, os governadores Franco Montoro (São Paulo) e Leonel Brizola (Rio de Janeiro), o sindicalista Lula, o senador Fernando Henrique, além de artistas e atletas, foram às ruas pare tentar sensibilizar deputados e senadores . Os comícios eram animados pelo maior locutor esportivo do país na época, Osmar Santos, e encerrados com a cantora Fafá de Belém cantando o Hino Nacional.
ESCALADA – O primeiro comício pró-diretas reuniu 50 mil pessoas em Curitiba e o último 1 milhão, na Candelária no Rio de Janeiro. Por falta de 22 votos, a emenda foi derrotada no Congresso, mas a grande mobilização popular levou até políticos do PDS, que apoiava o governo, a mudar de lado, viabilizando, em 1985, o Colégio Eleitoral, que elegeu o senador Tancredo Neves, do MDB, para presidente, e José Sarney, dissidente do PDS, para vice. A primeira eleição presidencial no voto aconteceu em 1989. Fernando Collor derrotou Lula no 2º turno.