Todos sabem que a simples distribuição de cestas básicas não resolve o problema da fome e da desnutrição que precisa de políticas públicas voltadas ao fornecimento, de forma permanente de alimentos de qualidade, como está sendo proposto nos programas que poderão ser desenvolvidos nos municípios que precisam cumprir determinações específicas para sua execução de forma eficiente.
Para isso, o primeiro passo são as conferências municipais de segurança alimentar e nutricional, para que o município possa participar da conferência regional, que no caso da nossa região está programada para o dia 24, em Votuporanga, seguida da estadual, em setembro, em Barretos e depois, da nacional, para que seus delegados possam conhecer melhor cada programa.
A princípio, poucos municípios se interessaram em realizar suas conferências, mas depois muitos passaram a correr atrás, para que esses encontros ocorressem até o final do mês, para poderem desenvolver os programas previstos, cada um de acordo com suas estruturas, interesses e necessidades.
Essa correria também aconteceu com o apoio da Diocese de Jales que passou a incentivar a implantação de um conselho de segurança alimentar e nutricional em cada um dos 45 municípios da sua área de abrangência, como o Jornal de Jales informou no dia 16 de julho.
Na região, Jales foi um dos poucos que realizaram suas conferências dentro de um prazo maior, sendo que aqui aconteceu no dia 13 de julho, com uma grande participação de várias entidades civis ligadas à questão, além de representantes da agricultura familiar, sindicatos, feirantes, assentados e outros segmentos interessados em contribuir para o desenvolvimento dos programas que deverão ser executados.
Esse desinteresse por grande parte dos municípios pode ser explicado pela extinção da conferência nacional, em 2019, mas antes a motivação já era pequena, pois mesmo em Jales só houve um encontro, em 2015, com pouca participação. Daí a surpresa pelo movimento provocado pela segunda, realizada agora.
A implantação das ações previstas em nível nacional para serem executadas nos municípios deverá mudar radicalmente a forma de combater a fome, nas localidades em que forem levadas a sério, deixando de ser uma simples distribuição de cestas básicas para se transformar em um trabalho permanente e planejado.
Além da criação de um banco de alimentos, essas ações incluem, por exemplo, o uso consciente dos recursos naturais, manejo adequado de alimentação, melhora do aproveitamento dos alimentos, redução do desperdício e programas de saúde voltados para o combate à desnutrição de crianças e idosos.