O poder público pode muito, mas não pode tudo. Não raras vezes, a mobilização da sociedade civil organizada é o último recurso para a solução de problemas que dizem respeito ao cotidiano das pessoas.
Vale lembrar um dos mais recentes: a luta para evitar a desativação da Delegacia da Polícia Federal em Jales, com abrangência sobre 42 municípios.
Capitaneada pelo Fórum da Cidadania, instância comunitária formada por entidades de classe, clubes de serviço, associações profissionais, instituições filosóficas e até diocese — 17 ao todo — foi possível sensibilizar o alto escalão do governo.
Vale lembrar que além das assinaturas dos representantes da comunidade também aderiram à movimentação juízes de direito e promotores de justiça da área da Circunscrição Judiciária de Jales e delegados da Polícia Civil—estes, atendendo ao chamamento do delegado seccional Charles Wiston de Oliveira.
Assim, munido de tamanho poder de fogo, o prefeito Luís Henrique dos Santos Moreira não teve muita dificuldade em convencer o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, então recém-empossado no gabinete ao lado do presidente da República, no Palácio do Planalto, de que a manutenção da Delegacia da PF em Jales era do interesse nacional, especialmente no combate ao tráfico internacional de drogas.
Mas, ações político-administrativas representam apenas uma face do que a comunidade faz em prol da maioria. É só observar o trabalho dos clubes de serviço como, por exemplo, o Lions Clube com suas campanhas visando dar cobertura a portadores de deficiências físicas temporárias .
É de justiça também creditar aos membros do Rotary Clube de Jales, clube de serviço pioneiro da cidade, a fundação do Lar dos Velhinhos, em uma época em que não havia legislação que garantisse tratamento digno aos idosos.
Já o Rotary Clube de Jales Grandes Lagos, que completou 24 anos no último mês de abril, também tem feito sua parte, como provam os projetos humanitários desenvolvidos nos anos de 2008, 2012, 2017, 2018 e 2019, visando aquisição de instrumentos para o Hospital de Amor.
Na semana que entra, o Grandes Lagos mostra serviço novamente mobilizando seus integrantes em campanha em prol da Santa Casa objetivando arrecadar recursos para aquisição de equipamento de fototerapia usado no tratamento das crianças com icterícia neonatal, popularmente conhecida como “amarelão”.
Como explicou o jovem advogado Rodrigo Siqueira, presidente do Rotary Grandes Lagos, referida disfunção atinge muitos recém-nascidos e, em determinados momentos, em razão de picos de internação, os equipamentos que a Santa Casa possuem tornam-se insuficientes para o tratamento das crianças, o que redunda em mais tempo de internação.
A forma que os dirigentes do Rotary Grandes Lagos encontraram para viabilizar os recursos não poderia ser mais saborosa —uma feijoada. Por apenas R$35,00, os colaboradores poderão retirar marmitex com um quilo de feijoada no próximo sábado, dia 4 de junho, das 11 às 14 horas, na própria sede do clube.

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