Poderíamos deixar para falar sobre doação de órgãos em setembro, mês de conscientização sobre esse importante assunto. Mas a situação do apresentador de TV Fausto Silva colocou o assunto em pauta já no mês de agosto. Logo o coração daquele que é conhecido com um dos mais bondosos do meio artístico resolveu enfraquecer.
Sofrendo de insuficiência cardíaca, Faustão está internado desde o dia 5 de agosto no hospital Albert Einstein, na capital, reconhecido como um dos melhores da América Latina. Na última semana, os médicos que acompanham o caso informaram que a situação se agravou e que ele terá de passar por um transplante cardíaco. Para isso, Faustão foi colocado na fila de espera do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde.
Pode causar estranheza o motivo pelo qual uma das celebridades mais ricas e conhecidas do país não conseguir agilizar o processo diante de um quadro tão grave. Mas Faustão terá que aguardar na fila, democraticamente, como qualquer brasileiro que se encontra na mesma situação que ele. Aliás, não podemos nem chamar de fila, já que a lista do SUS não considera apenas o tempo de espera pelo órgão, mas sim a gravidade do caso e se o doador é compatível para, então, seguir o processo.
Graças ao SUS, o Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo. Tudo é feito de forma organizada, com um processo de documentação extremamente rígido. E o mais importante: a família sempre está a par de tudo o que acontece.
Apesar de o processo brasileiro ser extremamente organizado, ainda falta o mais importante: os cidadãos se conscientizarem sobre a importância do gesto de doar órgãos. Até o início da semana, 378 pessoas aguardavam por um transplante de coração no país, e São Paulo é o estado com mais pacientes na fila: 206. No geral, no Brasil, 65.903 pacientes aguardam por algum órgão.
É preciso deixar de lado os tabus, as fake news, e se solidarizar. Pensar: caso fosse você, ou um ente querido esperando por um doador, como você reagiria? O transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam de um novo órgão. Um doador pode beneficiar várias pessoas e, todos os anos, milhares de vidas são salvas. Que tal conversar com os seus familiares e dizer que você quer ser um doador de órgãos?
Dados do painel do SUS mostram que foram transplantados 206 corações no país no primeiro semestre de 2023, o que representa crescimento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. Que o brasileiro possa seguir aumentando esse número e salvando vidas.