É bem possível que ao ler o título deste comentário, que representa a opinião do jornal, o leitor, contaminado pelo ambiente de polarização que toma conta do país, imagine que o tema será uma questão que vem ocupando espaço nos pronunciamentos dos candidatos à presidência da República— autorização para compra e uso de armas de fogo para autodefesa.
Embora os ânimos estejam acirrados e já tenha havido até mortes por conta de divergências sobre candidaturas presidenciais, o objetivo é bem outro.
A reflexão que este jornal propõe não é nada parecido com o que se vê em nível nacional, mas tem tudo a ver com a cidade e a região onde vivemos.
O sinal de alerta foi dado nos últimos dias por um dos mais respeitados institutos de pesquisas do país, que detectou a apatia do eleitorado em relação à escolha de candidatos a deputados federais e estaduais. Segundo o instituto, 60% ainda não definiram o nome de sua preferência.
Ora, faltando sete dias para as eleições gerais—presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais — uma constatação desta natureza é de suma gravidade, pois embute a ideia de que os eleitores estão pouco ligando para a escolha criteriosa de homens e mulheres que farão as leis dos estados e do país.
Sem querer se arvorar em palmatoria do mundo, a coluna sugere que, nesta semana decisiva, os leitores e internautas procurem se informar sobre as propostas dos candidatos antes de se dirigirem à urna eletrônica, evitando a repetição de pleitos anteriores quando, a caminho da urna eletrônica, os eleitores peguem no chão o santinho de um zé-mané qualquer, sem nenhuma conexão com nossa cidade e nossa região.
O mínimo que alguém que mora em Jales e região deve fazer é se informar sobre o trabalho dos candidatos à reeleição e examinar com o maior cuidado se as propostas dos marinheiros de primeira viagem têm a ver com as mais legítimas aspirações da maioria.
É preciso votar para candidatos à Assembleia Legislativa e Câmara Federal que tenham assumido compromissos com esta parte da região noroeste, distante 588 quilômetros de São Paulo e 700 de Brasília.
Enfim, este editorial foi escrito em legítima defesa do interesse da maioria. Para que tal desejo se cristalize, é necessário que os eleitores tenham juízo. Depois, não adianta chorar.