Na edição de domingo passado, 15 de maio, o Jornal de Jales publicou manchete em seis colunas, no alto da página, alertando a população para um perigo real: a dengue.
“Dengue explode em Jales. Mais de 1.200 casos em menos de cinco meses” dizia a manchete, ilustrada com a reprodução de imagem do mosquito aedes aegypti.
Na página 5 do primeiro caderno, o jornal fez o desdobramento da chamada de capa lembrando que na semana anterior a Secretaria Municipal de Saúde registrara um total de 3.044 notificações, das quais 1.119 positivos autóctones e 3 positivos importados.
Nos parágrafos seguintes, a matéria publicou apelos dramáticos da coordenação da Equipe Municipal de Combate às Endemias bem como da própria Secretaria Municipal de Saúde.
Em linhas gerais ficou claro que o sucesso no combate efetivo ao mosquito depende de uma conjugação de esforços dos órgãos oficiais, mas fundamentalmente da conscientização da população.
O enfrentamento à dengue em Jales é prioridade, mas o perigo mora ao lado. Na região, as lideranças político-administrativas não parecem tão preocupadas com o problema.
Só para ficar em um exemplo, vale lembrar o que aconteceu no dia 5 de maio, quando o Grupo de Vigilância Epidemiológica sediado em Jales promoveu reunião para debater a questão em nível regional.
Como se sabe, o GVE de Jales tem abrangência sobre 35 municípios, mas, só estiveram presentes dois prefeitos —Luís Henrique dos Santos Moreira, de Jales, e Ivan de Paula, de Aspásia, ambos do PSDB.
Depois das colocações da equipe técnica da Vigilância Epidemiológica, ficou claro que há necessidade urgente e inadiável de adequação de atendimentos nos municípios referenciados.
Ficou a impressão de que há anos se enfrenta os mesmos problemas como falta de hemograma (exame necessário nos três primeiros dias, em número pelo menos 3, com a avaliação a ser feita no mesmo dia).
Outras observações: a UPA acaba tornando-se desaguadouro de toda as complicações e a Santa Casa de Jales como único apoio terciário.
Outra constatação: a atuação de equipes de médicos e enfermagem, o que resulta em evolução desfavorável dos casos.
Durante o encontro foram mostradas cópias das investigações, inclusive com fotos das fichas de atendimento, onde a classificação de risco, a primeira medida, deixa de ser feita.
Enfim, pelo que se ouviu naquela reunião de trabalho, não dá mais para ficar enxugando gelo. Como foi escrito acima, é preciso adequar o atendimento em nível regional, pois o perigo mora ao lado.

Comments are closed.