Este substantivo é a palavra de ordem que tomou conta do país principalmente depois das eleições presidenciais, dado o clima acirrado que permeou a campanha.
O inconformismo com o resultado do pleito fez com que segmentos radicais se mantivessem pintados para a guerra em ações antidemocráticas.
Na última segunda-feira, dia 12 de dezembro, data em que o Tribunal Superior Eleitoral conferiu o diploma ao presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT) e ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), atos de vandalismo aconteceram em Brasília até com ameaça de invasão da sede da Polícia Federal.
O sinal é claro. Tanto quanto o resultado final da eleição presidencial — a diferença foi de apenas 1,8% a favor de Lula — o país está dividido, razão pela qual são cada mais frequentes os apelos para que a serenidade volte a reinar, pois, a vida não começa nem acaba em uma disputa eleitoral.
Curiosamente, na mesma noite em que o bicho pegou em Brasília, a Câmara Municipal de Jales reuniu-se em sessão ordinária para escolha dos integrantes da nova Mesa Diretora.
O resultado final foi um empate por 5 a 5, havendo necessidade de resolver o imbróglio consultando a legislação, após o que foram proclamados vencedores Bismark Kuwakino, do PSDB (presidente, reeleito), Carol Amador, do PMDB (vice-presidente), Andrea Moreto Gonçalves, do Podemos (1ª secretária) e Rivelino Rodrigues, do Progressistas (2º secretário).
O resultado final da disputa pelo comando da Mesa (5 a 5) e a necessidade de consultar ao Departamento Jurídico da casa mostra que o Legislativo está rachado.
Ter opiniões diferentes sobre um assunto faz parte do show em uma casa de leis. Aliás, a palavra Parlamento significa a assembleia composta por membros eleitos, denominado “parlamentares” para a representação política dos cidadãos, ou seja, o lugar apropriado para discutir ideias.
O que a população espera neste final de ano é que, a partir de 2023, os nobres edis se deem conta de que, respeitada a individualidade de cada um, o interesse público deve estar acima dos projetos político-partidários de todos os detentores de mandatos eletivos. Este é o grande desafio para o ano que se aproxima.
Impossível? Não. Tanto que tratativas entre vereadores e o prefeito Luís Henrique dos Santos Moreira, há pouco mais de um mês, permitiram que o nó da cobrança da taxa do lixo e mais duas contribuições embutidas nos carnês do IPTU fosse desatado com resultado favorável aos contribuintes.