No final da semana passada, começou a circular nas redes sociais um abaixo-assinado conclamando os paulistas a se engajarem no processo de proteção ao meio ambiente e às riquezas naturais de nosso país.
Embora o enunciado seja abrangente, o mote da campanha é “Diga não à privatização da Sabesp”— #nãoprivatizaçõesSP.
Até o momento em que esta coluna era escrita, cerca de 60 mil assinaturas já tinham sido colhidas em tempo relativamente curto.
Referida mobilização não nasceu em árvore ou caiu de paraquedas. Ao que tudo indica, tem a ver com o fato de que o candidato Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) tocou no assunto em entrevistas e debates durante a campanha.
Depois de eleito, justiça seja feita, ele arredondou o discurso, informando que serão realizados estudos antes de qualquer canetada.
Como o dever do jornalismo é aprofundar os temas, nossa equipe saiu a campo em busca de informações que possam esclarecer o assunto.
A primeira constatação assim que o abaixo-assinado viralizou na internet foi causar arrepios nos usuários da área da Gerência Divisional da empresa, que compreende 22 municípios.
É que Jales, por exemplo, tem 100% de água e esgoto tratados. Como já foi escrito aqui muitas vezes, não é pouca coisa. Trata-se de índices de cidades de Primeiro Mundo. Aliás, profissionais de outros países já estiveram na Sabesp de Jales para fazer a lição de casa.
Outro detalhe não menos significativo. Segundo especialistas do mercado, em valores atualizados, a Sabesp valeria hoje cerca de R$50 bilhões. O grupo empresarial que porventura adquirir a empresa não o fará para fins humanitários, mas para ganhar dinheiro.
E de que forma os eventuais novos danos agirão para compensar o investimento? A resposta está na língua de qualquer cidadão: aumentando o valor dos serviços prestados aos usuários.
Em resumo, a questão da privatização da Sabesp, como admitiu o novo governador, precisa ser devidamente estudada, pois não existe almoço grátis.