Por ampla maioria (7 a 3), a Câmara Municipal de Jales aprovou no último dia 8, o Projeto de Lei Complementar 5/2023, de autoria do Poder Executivo, criando a Guarda Civil Municipal de Jales.
No dia seguinte, houve choro e ranger de dentes em alguns setores inconformados com os recursos que serão investidos na empreitada, em face de outras prioridades elencadas, mas, justiça seja feita, 95% dos que estão esperneando, o fazem sem razão.
Sim, a criação da Guarda Civil vai ter custos. Sim, a criação da corporação não contribuirá significativamente para o combate ao crime, já que para tanto existem as Polícias Civil e Militar. Sim, a Atividade Delegada, convênio entre Estado, através da Polícia Militar, e município, cumpre seu papel a um custo muito menor.
Porém, quando o presidente da Câmara, Ricardo Gouveia (PP), de maneira prudente, agendou audiência pública para o dia 2 de maio, dando chance para que todos se manifestassem, a presença do chamado povão nas galerias foi pífia.
Na verdade, o questionamento em relação ao custo e aos resultados decorrentes da criação da GCM ficaram por conta do tenente coronel Edson Favaro, comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar sediado em Fernandópolis, ao qual responde a 2ª Cia. da PM em Jales, e ao advogado Carlos Alberto Expedito de Britto Neto, coordenador do Fórum da Cidadania.
Ambos, durante a audiência pública, fizeram o que lhes competia, isto é, abrir os olhos dos vereadores já que, ao contrário do que os defensores do projeto apregoavam, a GCM não vai sair por aí caçando bandidos, mas sim, como está escrito na propositura, a nova corporação vai atuar para a preservação dos bens, equipamentos e prédios públicos, prevenindo e inibindo infrações contra os serviços e instalações municipais, exercendo as competências de trânsito que lhe forem conferidas.
O advogado Carlos Alberto foi além, escrevendo esclarecedor artigo sobre o assunto publicado na edição do J.J. do dia 7 de maio.
Resumo da ópera: a oportunidade de mostrar aos vereadores que a questão deveria ser conduzida de outra forma, com menos pressa, passou no dia 2 de maio, quando houve audiência pública, aberta a todos, mas com baixo comparecimento dos maiores interessados, que são os contribuintes.
Agora, como dizem os comentaristas esportivos, não adianta ficar berrando da arquibancada, pois, os gritos não influirão não resultado.