Há menos de um ano, a sociedade civil organizada de Jales representada por 17 entidades de classe, associações profissionais, clubes de serviço, instituições filosóficas e diocese, se deram as mãos em defesa de uma causa de interesse público—impedir o fechamento da Delegacia da Polícia Federal.
Rumores oriundos de São Paulo indicavam que a superintendência da PF estaria disposta a desativar a delegacia de Jales, implantando-a em Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro.
A reação das lideranças comunitárias foi imediata na medida em que a delegacia da PF, instalada em 2002, não acontecera por mero caso, mas tinha sido objeto de estudos abalizados que levaram em consideração, entre outros aspectos, a estratégica localização geográfica de Jales, a 40 quilômetros dos estados de Mato Grosso do Sul, e Minas Gerais e caminho para Goiás e Mato Grosso.
Pois bem, exatamente por se localizar em uma confluência de estados, Jales estava na rota caipira do tráfico internacional de drogas o que, por si só, já justificava a existência da delegacia.
A manifestação das lideranças e a adesão de juízes estaduais, delegados da polícia estadual, promotores de justiça da área abrangida (43 municípios) foi entregue ao prefeito Luís Henrique dos Santos Moreira que, em linha direta com o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, velho companheiro de PP, tornou sem efeito a tentativa despropositada dos burocratas.
Quando se imaginava que não haveria outras surpresas desagradáveis, eis que começaram a correr rumores segundo os quais, a região de Jales poderia perder o Ministério Público Federal sediado em Jales, com abrangência sobre 43 municípios.
Mais uma vez, o Fórum da Cidadania entrou em campo e descobriu que efetivamente estava na pauta de reunião do Conselho Superior do Ministério Público Federal do dia 12 de dezembro, portanto amanhã, a desativação da unidade de Jales, sob alegação bem meia-boca—contenção de despesas.
Como diz verso de “Tá escrito”, um samba exaltação, “guerreiro não foge da luta, não pode correr”, lideranças e autoridades de todos os segmentos se irmanaram novamente e o documento produzido já foi enviado a Brasília.
O que se espera agora é que a burocracia brasiliense se dê conta de que existe vida fora do Planalto Central. Chega de enxergar pelo em ovo!