Os brasileiros de todos os rincões amanheceram com os nervos à flor da pele na segunda-feira, 3 de outubro. Uns festejando o bom desempenho de seus candidatos na urna eletrônica e outros lambendo as feridas de maus resultados.
Em Jales, além destes aspectos de caráter nacional e estadual, boa parte da opinião pública estava com as atenções voltadas para uma outra disputa igualmente ferrenha, tendo como cenário a Câmara Municipal.
Um dia depois de se estranharem por conta de preferências político-partidárias, lulistas e bolsonaristas juntaram as forças para tentar, de braços dados, conquistar uma vitória no que se poderia chamar de 3º turno em termos municipais.
Para facilitar o entendimento dos leitores, vale lembrar que tudo começou em agosto do ano passado quando o Poder Executivo acionou o Legislativo para examinar e, claro, aprovar o Projeto de Lei Complementar nº 350/2021, criando a Taxa do Lixo e duas novas contribuições.
Em primeira votação, o PLC foi aprovado por 8 a 2, com votos contrários de Carol Amador (MDB) e Hilton Marques (PT). Na segunda votação, juntaram-se aos dois o vereador Elder Mansuelli (Podemos).
Da aprovação do PLC até o início de 2022, deu céu de brigadeiro nas hostes da Prefeitura. O vento virou a partir do momento em que os carnês do IPTU, embutidos com a taxa e os dois tributos, começaram a ser distribuídos.
A conta veio salgada demais e os contribuintes, revoltados com o que muitos chamaram de passa-moleque, partiram para o tudo ou nada. Como nos filmes de faroeste, jalesenses de todos os estratos sociais se pintaram para a guerra.
Acionado, o Fórum da Cidadania, constituído por 17 entidades da sociedade civil, propôs a apresentação de Projeto de Iniciativa Popular, lastreado em listas de apoiamento com assinaturas de 2.654 eleitores, além de outras que foram descartadas por falta de dados.
Submetido a votação o Projeto de Iniciativa Popular foi aprovado em duas rodadas, ambas por goleada — 7 a 3. Inconformada, a cúpula do Executivo vetou a propositura.
O tira-teima aconteceu na já referida segunda-feira, dia 3, quando os vereadores derrubaram o veto por 6 a 4.
Eis porque, com muita justiça, os contribuintes podem comemorar uma grande vitória em nosso 3º turno.

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