Uma ducha de água fria. Foi assim que a parcela mais atenta das lideranças da cidade recebeu o resultado da prévia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com os números do Censo de 2022.
Segundo tais números e com base em consultas a 83,9% da população, o número de habitantes da cidade teria crescido apenas 1.754 habitantes nos últimos 12 anos, passando de 47.012 moradores para 48.766, crescimento bem menor do que as vizinhas —Votuporanga, Fernandópolis e até Santa Fé do Sul.
Claro que referida divulgação foi um choque. Afinal, a expectativa era que o Censo indicasse que Jales teria mais de 50 mil habitantes, o que representaria crescimento das receitas municipais, gerando maiores repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), com reflexos diretos em setores essenciais como Saúde e Educação.
Registre-se que a esperada boa nova não era coisa de bairrista, mas calçada em fatos reais. Na edição de 7 de agosto de 2022, por exemplo, neste mesmo espaço, o J.J. lembrou que a cidade estava se expandindo horizontalmente com o surgimento de pelo menos 30 novos bairros de 2010 até aquela data.
Além do mais, segundo a Gerência Divisional da Sabesp, havia 19.789 ligações de água em imóveis residenciais ocupados, cada um, por 2,7 habitantes.
Uma simples conta de multiplicar o número de ligações pela média dos ocupantes de cada imóvel revelava que Jales teria 53.046 habitantes.
Outro detalhe: nas eleições gerais de outubro último, estavam cadastrados no Cartório Eleitoral de Jales 38.562 eleitores. Ou seja, se somarmos as crianças, os pré-adolescentes e os 70+, que não votam, a população passaria com alguma folga dos 50 mil habitantes.
E mais: há um detalhe significativo revelado na última quinta-feira, dia 5 de janeiro. Segundo o próprio IBGE, o Estado de São Paulo lidera o ranking nacional de não entrevistados, com 5,4% da população paulista. Ou seja, 2 milhões e 200 mil dos 44 milhões e 400 mil habitantes. Será que não tem gente de Jales neste pacote de não entrevistados?
De qualquer forma, embora a notícia embutida na prévia do IBGE tenha gerado um certo baixo astral, de outra parte tais números fizeram acender um sinal de alerta principalmente para a administração municipal, vereadores e forças vivas e atuantes.
É hora de tirar o pé do chão e saber o que está acontecendo.
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