As eleições gerais agendadas para este domingo, 2 de outubro, se revestem de características especiais. A primeira delas é que nunca, desde que o país voltou à normalidade democrática, após 24 anos de regime de exceção, houve um período de tamanha polarização entre simpatizantes e correligionários de candidatos à presidência da República.
Em alguns casos, relatados com fidelidade pela imprensa profissional, as divergências de opiniões e preferências entre correligionários dos principais contendores —atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT)— desaguaram em lamentáveis cenas de sangue.
A temperatura subiu tanto que até mesmo as eleições para os governos estaduais que, normalmente, movimentam o mundo político, por refletirem proximidade com o eleitorado, ficaram em segundo plano, só despertando interesse na reta final por conta da sucessão de debates entre os candidatos, especialmente em relação a São Paulo.
Mas, apesar dos excessos, o país chega inteiro ao Dia D, com as pessoas de bem torcendo para que as desinteligências de campanha sejam esquecidas assim que a urna eletrônica apontar a vitória deste ou daquele candidato, não estando descartado o tradicional gesto de reconhecimento do resultado do perdedor ao ganhador.
Outra característica do período eleitoral deste ano foi a constatação dos mais respeitados institutos de pesquisas segundo os quais, faltando 10 dias para o pleito, o grosso do eleitorado ainda não tinha definido seus candidatos a cargos no Poder Legislativo—leia-se Câmara Federal e Assembleias Legislativas.
A diminuição do período de campanha, que começou oficialmente a partir de 15 de agosto, é apontada como uma das razões de um certo desinteresse dos eleitores em votar em candidatos a deputados federais e estaduais.
Especificamente no caso da região de Jales que, como já foi escrito em texto anterior, se localiza a 588 quilômetros de São Paulo e 700 de Brasília, portanto bem distante dos centros decisórios, espera-se que essa apatia não se reflita hoje, quando os eleitores, farão a lição de casa, que é votar em quem pode contribuir para o processo e desenvolvimento regional.
Afinal de contas, o voto é a única arma de que dispõe o cidadão comum para chacoalhar o limoeiro do imobilismo. Que cada um cumpra seu dever cívico e vote com consciência.