O encerramento do Jales Rodeio Show realizado de 20 a 24 de abril comporta algumas reflexões a respeito de eventos similares.
Embora um público considerável tenha comparecido, depois de ficar dois anos trancado em casa em razão da pandemia, restou muito claro que a organização não foi o forte da festança.
Como reclamaram internautas através das redes sociais, à exceção do show de encerramento, todos os demais usaram e abusaram da falta de respeito ao público. Um deles, o dos simpáticos e afinados Cesar Menotti e Fabiano, por exemplo, começou às quatro horas da manhã.
Por outro lado, não havia nem parque de diversões para atrair a criançada, falta grave em eventos desta natureza.
Por estas e outras razões, cessado o oba-oba, começou a ecoar em todos os ambientes a necessidade de resgate do espírito que inspirou a criação e aprimoramento da verdadeira Facip.
Os mais jovens talvez não saibam que Facip era a sigla pela qual ficou conhecida, desde seus primórdios, a Feira Agrícola, Comercial, Industrial e Pecuária de Jales.
A feira foi criada em 1970 com o objetivo de ser um painel da economia do município nos segmentos apontados no parágrafo anterior.
Na Facip, com duração de 10 dias, havia espaço para shows e rodeios, mas os dirigentes sempre se preocuparam com as exposições de gado de raça, algumas das quais valorizadas por juízes com certificação da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu).
Isto sem contar o concorrido salão comercial que, nos últimos anos, precisou ser duplicado, além da Festa do Arroz, Feira do Verde, estandes de veículos e máquinas agrícolas.
Enfim, para resumir a ópera, a Facip estava entre as três melhores feiras do ranking paulista, atraindo gente até de outros estados e de grandes cidades.
Ao contrário do atual formato, onde a parte do leão fica com os artistas e com quem não mora aqui, na Facip original todos ganhavam, do comércio à rede hoteleira, passando por restaurantes, bares e lanchonetes.
Portanto, resgatar a verdadeira Facip seria uma forma inteligente e eficaz de valorizar quem trabalha e produz em Jales, elevando, desta forma, o astral da população.