JOVENS COMO EU,
que nasceram na virada do século, não sabem como é o mundo sem internet e jogos eletrônicos. Ter tudo na palma da mão é instigante, jogar online é fascinante e, ao mesmo tempo, preocupante. Atualmente o Brasil tem 24,3 milhões de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos que usam a web, segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil.

O INTITUTO DE PSICOLOGIA (IP)
da Universidade de São Paulo (USP), divulgou uma pesquisa informando que um em cada quatro adolescentes brasileiros faz uso excessivo de jogos de videogame. Conforme a amostragem, mais de 85% deles jogam videogame e 28% atingiram os critérios do Transtorno de Jogo pela Internet (TJI), recentemente classificado como doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

SEGUNDO O ESTUDO,
o uso excessivo de jogos online leva ao desestímulo de atividades escolares e sociais, causando sintomas de abstinência e, também, isolamento e comportamento agressivo. Esse problema entre os jovens brasileiros é maior do que em todos os países que já têm pesquisas como essa e precisa ser analisado sob a perspectiva de epidemia.


DE ACORDO
com a psicóloga Luiza Chagas Brandão, doutora em Psicologia Clínica pelo IP e autora do estudo, o transtorno está descrito no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Entre os critérios de diagnóstico estão: a falta de controle sobre a frequência, intensidade e duração do jogo, prioridade crescente dada à atividade, fazendo que o jogo tenha precedência sobre outros interesses da vida.

A PESQUISA
chegou à conclusão de que entre as características do perfil de estudantes com maior probabilidade de jogar videogames de modo problemático estão: ser do sexo masculino, usuário de tabaco e álcool, praticar ou ser vítima de bullying e ter níveis clínicos de sintomas de hiperatividade, problemas de conduta e de relacionamento entre pares.

O ESTUDO AINDA
ressaltou para que os pais estabeleçam parâmetros e regras sobre o uso dos jogos para as crianças e adolescentes, determinando horários específicos para o entretenimento. O assunto é sério e com certeza impactará o nosso futuro. (Bruno Gabaldi)

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