É FATO que a sociedade passa por grandes modificações. A tecnologia avança, somos bombardeados com muitas informações e a vida está cada vez mais agitada, dando a sensação de que nosso tempo está menor. As condições econômicas são mais difíceis, principalmente à medida que as pessoas vivem mais. Isso tudo exige uma capacidade de adaptação, que o idoso nem sempre possui, fazendo com que essas pessoas enfrentem diversos problemas sociais.
EM 1º de outubro são celebrados o Dia Internacional das Pessoas Idosas e o Dia Nacional do Idoso. Mas será que temos o que comemorar? Até 2050, o país terá uma população de 60 milhões de idosos, de acordo com especialistas. As pessoas mais velhas necessitam de cuidados e de assistência médica e algumas não recebem ajuda de ninguém. O Estatuto da Pessoa Idosa tem 20 anos, por um lado é uma lei que trouxe conquistas, mas os desafios persistem. O maior ainda é o preconceito: o idoso torna-se isolado socialmente com medo de cometer erros e ser punido.
O desafio de lidar com essa previsão está em pensar, a partir de hoje, nos problemas e nas oportunidades do envelhecimento da população. O aumento da longevidade resultou em uma vida produtiva mais longa, as pesquisas mostram que os cidadãos acima dos 60 anos estão cada vez mais ativos e presentes no mercado de trabalho. No entanto, olhando para o outro lado, há uma informação interessante sobre os idosos que trabalham. Segundo a “Síntese de Indicadores Sociais (SIS) uma análise das condições de vida da população brasileira, é a baixa escolaridade nessa faixa etária, porque a grande maioria começou a trabalhar antes dos 14 anos.
A situação social da pessoa idosa no Brasil revela uma necessidade de discussões mais aprofundadas sobre as relações do idoso na família e na sociedade, aspecto enfatizado nas salas de aulas, principalmente na formação de profissionais da área de saúde e educação. O aumento da expectativa de vida, associado à redução da taxa de fecundidade, leva a um envelhecimento da população. De acordo com o IBGE, a proporção de idosos (com 60 anos ou mais) no país passou de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023.
OUTRA situação que tem que ser olhada com mais rigor é a violência contra o idoso, uma questão de saúde pública, não só de respeito à dignidade e integridade do ser humano. Vale ressaltar que há o Disque 100, um telefone que atende denúncias. Essas violências abrangem negligência, violência psicológica, abuso financeiro e econômico, ou violência patrimonial e física, além de maus tratos.
SE nada fizermos para mudar essa cultura abusiva, seremos nós, amanhã, também vítimas. A imposição de padrões estéticos de produtividade e de socialização assinala para a exclusão do idoso, e é por meio da divulgação do conhecimento que poderemos compreender que não basta almejar a vida longa, mas a melhor qualidade para este viver. E tudo isso apenas, por termos chegado à “melhor idade”.