Vimemos tempos de intensas mudanças que têm exigido de todos nós autogestão do tempo, autoconhecimento e muito “feeling” nas relações interpessoais, principalmente por parte daqueles que ocupam cargos de liderança ou exercem funções que exigem contato direto com pessoas, algo presente em todas as áreas, como na educação.
Pesquisas na área de saúde mental divulgadas este ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sinalizam um aumento de 25% de casos de ansiedade ligados à pandemia. Para o Dr. Tedros, diretor-geral da OMS, “este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações”.
Na educação básica e superior, as questões emocionais estão muito evidentes, e elas não envolvem somente os alunos, mas todos que compõem o universo pedagógico. É no espaço dessa interação que precisamos “gerenciar” nossas opiniões e ouvir também, mas há inúmeras situações além dos muros da escola que talvez nos impeçam de estarmos preparados para tais negociações.
A volta ao espaço escolar, depois de quase dois anos de distanciamento físico, provocou em muitos a sensação do “novo”: calendário de avaliações presenciais, horários truncados de chegada e saída, inclusive dos intervalos, entre outros. São aspectos que parecem despertar, subitamente, insegurança e medo adormecidos em nossas entranhas, como se, ao “retirarmos” as máscaras, literalmente, deixássemos desprotegidas nossas emoções!
Pode parecer exagero, mas estamos sofrendo para voltarmos para o trivial: crises de ansiedade, dores de cabeça, nervosismo, dificuldades de esperar o outro falar, silenciar-se totalmente e retrair-se. São realidades latentes no “pós-pandemia” (se é que já podemos usar o termo!).
Por sermos seres sociais que vivem, revivem (“matam um leão por dia”) e reinventam-se nas relações, o período de afastamento social parece ter provocado o “afastamento”, inclusive, do nosso autoconhecimento, da perda da noção de quem realmente somos, de que somos únicos e essenciais no mundo, da nossa altivez (é verdade, somos tudo isso!).
Como dito, estamos em constantes mudanças e aprendizagens, todos nós! Exercer a constância do acolhimento tem sido uma prática frequente das instituições que têm se preparado com muita responsabilidade e zelo para essas questões. O psiquiatra Augusto Cury diz que “quem vence suas próprias batalhas aprendeu a ser líder de si mesmo”, entretanto, às vezes, para que isso aconteça, necessitamos de ajuda e talvez nem saibamos, daí a relevante missão de quem está perto de nós!

Prof.ª Me. Alessandra Manoel Porto
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Docente Fatec Jales – [email protected]

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