- Giana Rodrigues
A micropigmentação corretiva também chamada de micropigmentação paramédica é uma técnica que nasceu da tatuagem e vem sendo bem aceita pelos mastologistas. O trabalho que recupera a aparência das mamas através da reconstrução da aréola, ajuda na melhora da autoestima e confiança da mulher que passou por cirurgia após diagnóstico de câncer de mama.
A especialista em micropigmentação, Veridiana Ulian, oferece gratuitamente o reparo para mulheres mastectomizadas, e falou com o J.J. para explicar o procedimento.
“Através da micropigmentação das sobrancelhas já era possível trabalhar a questão da autoestima em mulheres que estão muitas vezes fragilizadas por estarem enfrentando uma doença. Estudando a área paramédica, que está hoje inserida na micropigmentação, eu conheci a reconstrução de aréolas”, contou.
“Ver e sentir o quanto isso é importantíssimo e pode mudar a vida das mulheres que passam pelo processo da cirurgia, da retirada, do tratamento, especialmente aquelas que precisam retirar totalmente a mama, foi algo que mexeu muito comigo. Conseguir devolver um pouco dessa dignidade, dessa vontade de se olhar no espelho, de se aceitar, pra mim não tem preço. Esse é um trabalho que eu realizo com muito amor”, relata Veridiana.
J.J. – Existe muita procura por esse procedimento?
V.U.: Não tem muita procura porque muitas mulheres que passam por esse desafio (mais da metade delas) ficam tão balançadas e aflitas com o tratamento que acabam não pensando na reconstrução, ou muitas vezes ficam com medo do protocolo, ficam com medo de mexer na mama, medo do procedimento, da química que vai ser depositada (tinta), então a gente consegue realizar esse trabalho na grande maioria das vezes apenas quando o médico indica. Essas mulheres confiam nos profissionais que fizeram seus tratamentos, então quando a indicação parte dos especialistas, que mostram a importância desse tratamento no pós do processo, dessa batalha contra o câncer, elas vêm até a gente. Mas ainda assim, muitas delas optam por não mexer, pois perdem a vontade de se olhar no espelho e esse fato não as motiva a refazer a aréola.
J.J. – O que as mulheres relatam para você quando te procuram para a reconstrução?
V.U.: Todas elas relatam uma dor muito grande, é impactante quando elas recebem o diagnóstico e descobrem que precisam passar por todo o tratamento. Cada fase do tratamento para elas é um medo novo, mas elas conseguem superar isso. Costumo dizer que já nascemos preparadas para superar certas situações. Relatam que é muito impactante a notícia e que a aceitação é difícil, porém quando aceitam e conseguem encarar o tratamento com mais leveza, tudo começa a fluir melhor.
J.J. – O procedimento causa dor?
V.U.:: O procedimento não é dolorido, pois usamos anestésico durante toda a reconstrução. É rápido e o pós é muito tranquilo, nada que ela vá sentir dor ou atrapalhar a rotina diária.