A Polícia Federal de Jales desarticulou, na manhã de quinta-feira (24), uma organização criminosa que atuava em um grande esquema de descaminho na fronteira entre Brasil e Paraguai, passando por rodovias do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. De acordo com as informações, o esquema movimentou mais de R$ 2 milhões.
Denominada como “Operação Vinha”, em alusão à plantação de uvas utilizadas na produção de vinho, principal bebida comercializada ilegalmente pela organização criminosa, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária em Penápolis/SP e Caldas Novas/GO.
Outros 12 mandados de busca e apreensão também foram expedidos pela Justiça Federal de Jales e cumpridos pelos policiais em cidades do Paraná (Matelândia, Santa Tereza do Oeste e Itaguajé), Goiás (Rio Quente, Caldas Novas e Goiânia) e São Paulo (Penápolis).
Segundo a PF, pelo menos 10 pessoas faziam parte do esquema. O líder do grupo, que reside em Caldas Novas, possui empresas no ramo de bebidas de alto valor comercial, que são revendidas a clientes de grande poder aquisitivo, que encomendam bebidas que chegam a custar mais de R$ 10 mil reais por garrafa.
Os investigados foram indiciados pelos crimes de descaminho e organização criminosa. Caso sejam condenados, estarão sujeitos à pena máxima de até 12 anos de reclusão. Todo o material apreendido foi encaminhado à PF de Jales, responsável pela condução da investigação. Os presos permanecem à disposição da Justiça Federal de Jales em cadeias da região.
Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores do líder do grupo, além de estipular suspensões do direito de dirigir, do exercício da função pública e proibição de transitar na região de fronteira em uma faixa de 150 quilômetros em todo o território nacional.
COMO INICIOU
As investigações da PF começaram em junho de 2021, quando quatro homens foram presos em uma rodovia na região de Jales pelo transporte de grande quantidade de bebidas alcóolicas provenientes do Paraguai com destino ao Estado de Goiás desacompanhadas da documentação de importação legal das mercadorias.
Um dos presos na ocasião era policial rodoviário de São Paulo. Ele atuava na base de Penápolis e, segundo as investigações, repassava informações privilegiadas aos comparsas sobre a movimentação nos postos policiais, equipes de serviço e eventuais fiscalizações nas rodovias de São Paulo. O policial também participava de alguns transportes portando arma de fogo e funcional da corporação. A Justiça Federal determinou o imediato afastamento de suas funções, bem como a entrega de seu armamento e fardamentos à corporação.
Policiais federais de Goiás e policiais do CIOF (Centro Integrado de Operações de Fronteira) de Foz do Iguaçu/PR também deram apoio às investigações.
Fonte: Comunicação Social da PF Jales