Cerca de 600 advogados em todo o país estão sendo apontados em um esquema conhecido como advocacia predatória que teria movimentado em torno de R$ 270 milhões, segundo reportagem veiculada no programa Fala Brasil, da TV Record. Segundo a reportagem, o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) mostrou que um grupo tinha grandes listas de clientes de pelo menos cinco instituições financeiras que eram compartilhadas com os advogados que passavam a assediar os clientes para entrar com ações na justiça contra os bancos.
O grupo era de Itirapina, no interior de São Paulo e de acordo com a notícia as investigações apontam para os advogados Bruno Augusto Gradim Pimenta, Felipe Gradim Pimenta, o pai deles, João Getúlio Braga Pimenta e Mayara Paola Mayer.
A TV informou que Bruno seria o líder do grupo, responsável por conseguir as listas confidenciais. O GAECO fez uma operação nos escritórios e nas casas dos suspeitos onde foram apreendidos computadores, documentos e dinheiro. Os mesmos tiveram seus sigilos bancários e telefônicos quebrados.

QUANTIDADE


O que chamou a atenção, de acordo com a reportagem, foi a quantidade de ações judiciais feitas por esses advogados. Em apenas um banco eles tinham 26.600 processos, em 468 cidades.
A TV Record informa que teve acesso com exclusividade à denúncia do Ministério Público e que esse grupo tinha dados de pelo menos cinco instituições financeiras. Duas tabelas mostram que em 2007 eram cinco ações e em 2016 já chegavam a 10.548. O MP afirma que “é humanamente impossível que todas as pessoas tenham, por alguma maneira descoberto o escritório de Bruno e entrado em contado com ele cientes da sua ‘especialização’ em ações bancárias”.
A reportagem informa que segundo o MP era Bruno quem fazia propaganda para os advogados parceiros. Ele informava que tinha o nome das pessoas que tinham direito à ação. Os advogados não precisariam buscar os clientes aleatoriamente. Bruno informava que conseguia até mesmo os extratos bancários dessas pessoas. A promotoria estima que de 2012 a 2021 os denunciados movimentaram R$ 269 milhões.


PRISÃO PREVENTIVA


Ainda segundo a TV Record, o MP pediu a prisão preventiva de todos os envolvidos no esquema e a denuncia foi aceita pela justiça. Se condenados podem pegar até quatro anos de prisão. Eles vão responder por seis crimes, entre eles, associação criminosa e receptação.
Os advogados estão proibidos de exercerem as atividades profissionais. Foram bloqueados R$97 milhões em bens que também deverão servir de garantia em favor da Ordem dos Advogados do Brasil, num total de R$ 12 milhões.
A reportagem informa que o advogado que busca cliente com promessa de ganhar a causa provoca prejuízos para a categoria e alerta que se uma pessoa for abordada para entrar com uma ação judicial, precisa ficar alerta para não cair em uma fraude. A defesa dos advogados não quis se pronunciar.

As informações dos clientes dos bancos eram compartilhadas para os advogados entrarem com ação, segundo a reportagem

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