• Bruno Gabaldi

De acordo com os dados disponibilizados pelo site de Consultas ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a aeronave PR-WCP, apreendida no último domingo (3) em Pontalinda, foi comprada e transferida no dia 5 de abril deste ano.
Fabricada em 1973, o avião é de pouso convencional, dois motores, com peso máximo de decolagem de 2.449 quilos e comporta até cinco passageiros. Ainda segundo a ANAC, o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) está vencido e o Certificado de Aeronavegabilidade suspenso. O proprietário e operador, segundo a Agência, é Júnior de Lima Gonçalves (dados obtidos através do link: https://sistemas.anac.gov.br/aeronaves/cons_rab.asp).
Em entrevista coletiva na segunda-feira, dia 4, o delegado da Polícia Federal de Jales, Alexandre Manoel Gonçalves, explicou que além da aeronave também foram apreendidos celulares, documentos e um veículo. “Os materiais apreendidos estão sendo investigados para que possamos encontrar os dois indivíduos que estavam no avião e conseguiram fugir. A droga apreendida poderia reabastecer o mercado interno e até o exterior. A região de Jales é uma rota antiga que os criminosos utilizam para o transporte de entorpecentes”, disse o delegado.

Alexandre Manoel Gonçalves, delegado da Polícia Federal de Jales: “todas as apreensões vão auxiliar nas investigação para
chegarmos até os autores” //Fotos: Bruno Gabaldi

DISPAROS
O delegado Alexandre Manoel Gonçalves informou que após o piloto pousar o avião, atirou contra as asas no intuito de provocar um incêndio para poder ocultar o crime. “Os policiais federais identificaram no local capsulas de munição de nove milímetros deflagradas”, afirmou.
Além disso, um dos motores da aeronave recebeu um tiro de raspão, sendo possivelmente disparado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

A aeronave foi alvejada com disparos em um dos motores, possivelmente atingido pela Força Aérea Brasileira.
Já nas asas, os policiais desconfiam que os tiros foram provocados pelos próprios tripulantes

O FATO
Ainda segundo o delegado Alexandre, a aeronave entrou no espaço aéreo brasileiro pelo Estado de Mato Grosso do Sul e não havia plano de vôo. Dois caças da FAB iniciaram o acompanhamento e no momento em que entrou no território paulista, a PF de Jales recebeu as informações.
“No momento que a aeronave entrou em solo paulista, não sabíamos onde iria pousar. Os policiais militares rodoviários foram acionados e avistaram o avião fazendo uma manobra para pousar na região de Sud Mennucci, mas continuou vôo. Nesta suposta aterrissagem, foram identificadas três pessoas em um veículo, sendo abordados e prestaram depoimento na delegacia da PF. As investigações vão apontar se existe alguma relação entre os indivíduos”, ressaltou o delegado.
O avião realizou um pouso forçado em uma fazenda de Pontalinda. Equipes da Polícia Federal, Polícia Militar e Rodoviária foram até o local, mas não conseguiram prender o piloto e outro ocupante, que fugiram. Foram apreendidos 663 quilos de cocaína, avaliada em cerca de R$ 30 milhões.
A aeronave foi transportada em um caminhão guincho até o Aeroporto de Jales pela Rodovia Euphly Jalles, com o apoio do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar (PM), Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A droga foi incinerada na terça-feira, dia 5.

A aeronave foi alvejada com disparos em um dos motores, possivelmente atingido pela Força Aérea Brasileira.
Já nas asas, os policiais desconfiam que os tiros foram provocados pelos próprios tripulantes
Em concorrida entrevista coletiva, o delegado federal Alexandre Manoel Gonçalves
reuniu a imprensa para dar detalhes da operação // Foto: PF Jales
A imagem mostra a aeronave após o pouso forçado, a droga apreendida e um veículo da Polícia Federal Foto: PF Jales

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