• Rone Carvalho/Diário da Região

É difícil não conhecer alguém que não caiu em um. Eles são de vários métodos, sejam os clássicos, como o do bilhete premiado, sejam novos, como do perfil falso nas redes sociais. Crimes que se espalharam como uma pandemia nos últimos meses na região de Rio Preto e bateram recorde, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado.
Os estelionatos cresceram exponencialmente na região. Dados obtidos pelo Diário via Lei de Acesso à Informação mostram que o número de casos mais que triplicou nos últimos 10 anos na região de Rio Preto. De 2.407 casos em 2012, o Noroeste Paulista passou para 9.840, em 2021. Um aumento de 308% em uma década. Ou seja, a cada dia, ao menos 27 pessoas são vítimas de golpes na região.
O comentarista de rodeio Vagner Marcelo Câmara foi uma das vítimas dos golpistas. No ano passado, ele caiu no golpe do boleto falso e perdeu R$ 7 mil. “Na hora a gente acredita, depois fica com o prejuízo. Até hoje não consegui recuperar o dinheiro”.
Lucia, que prefere não se identificar, também perdeu dinheiro após cair na lábia dos criminosos, que se passaram por funcionários de um banco e convenceram a vítima a fornecer os dados da conta e do próprio cartão bancário por telefone. “É tudo muito rápido, nem desconfiei”, relata.
E engana-se quem pensa que apenas idosos caem no conto do vigário. No ano passado, a Polícia Civil de Rio Preto registrou diversos casos envolvendo homens jovens que caíram no “golpe do nudes”. A nova modalidade foi aplicada contra Rogério (nome fictício).
“Recebi uma mensagem nas redes sociais de uma moça que se apresentou como ‘Gabriela’. Como estávamos nos conhecendo, confiei nela e trocamos fotos. Em seguida, um ‘suposto’ policial entrou em contato dizendo que caso não pagasse a quantia em dinheiro, o caso seria registrado como pedofilia. Fiquei desesperado”, falou.
Segundo o delegado assistente do Deinter-5, Raymundo Cortizo Sobrinho, o crescente uso da internet na pandemia, seja para negociações ou até para conhecer novas pessoas estimulou o aumento de casos de estelionato. “Antes, o estelionatário tinha que se mostrar, conversar com a pessoa pessoalmente. Agora, com a internet não. Ninguém conhece ninguém. Isso facilita que os estelionatários se coloquem como supostos vendedores”.

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