Giana Rodrigues
“Contas de adolescente” será o nome da nova configuração anunciada pelo Instagram para usuários com menos de 16 anos. O anúncio foi feito na terça-feira, dia 17, pela rede social que pretende com a mudança ter mais segurança para crianças no uso do aplicativo.
Os pais poderão monitorar e limitar o que os jovens podem ver e essa medida chegará ao Brasil em 2025. Por enquanto, ela será implantada em breve nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália.
COMO?
Usuários de 16 ou 17 anos podem alterar suas configurações, mas menores de 16 anos precisam da permissão dos pais, que deve ser fornecida por meio do perfil dos responsáveis.
Os adolescentes só poderão enviar mensagens para pessoas que já seguem ou com as quais já têm conexão, o aplicativo será colocado no “modo de descanso” entre 22h e 7h e conteúdos sensíveis serão ainda mais restritos. Os pais também terão novas ferramentas de supervisão, incluindo um recurso que permite ver com quais contas seus filhos estão trocando mensagens.
Se um adolescente tentar burlar as restrições alterando sua data de nascimento na plataforma, o Instagram afirmou que utilizará inteligência artificial para “proativamente identificar os perfis” e colocá-los no modo “Contas de Adolescente”.
O Jornal de Jales ouviu a psicóloga Claudia Manfrim que disse que acredita ser importante o limite para uso de redes sociais “em fases que as pessoas ainda não tem maturidade para entender qual conteúdo é benéfico ou não, e ter o entendimento sobre o que o excesso de exposição de imagem também pode gerar”.
Nos últimos anos, o Instagram e a empresa Meta, têm sido alvo de críticas de legisladores e pais quanto aos efeitos das redes sociais sobre as crianças. Mais de 30 procuradores-gerais processaram a Meta em outubro de 2023, acusando a empresa de explorar crianças em troca de lucros e de ter “alterado profundamente a realidade psicológica e social” dos jovens americanos. O escritório do procurador-geral do Novo México processou a Meta em dezembro do ano passado, alegando que a empresa criou um “mercado para predadores” no Instagram e no Facebook e falhou em proteger os usuários mais jovens de conteúdo prejudicial.
“Não sei bem se essa ação é uma preocupação real ou uma ação que a empresa precisou tomar para garantir que não seja processada pela falta de segurança que apresenta para essa população. Mas independente da intenção, sendo verdadeira ou não, ainda bem que essa medida foi tomada”, concluiu a psicóloga.
FILTROS
A rede social também anunciou a exclusão dos filtros criados por usuários. “A distorção de imagem que os filtros fazem contribuem de forma negativa na aceitação real de si, fazendo com que as pessoas almejem um padrão de beleza inexistente, provocando grandes frustrações com sua auto aceitação. E quando isso não é bem compreendido por essa fase, problemas mais graves como distorção de imagem, depressão, entre outros, podem acontecer”, comentou a psicóloga.