- Josiane Bomfim
Encenações, música ao vivo, leituras de biografias de escritores e artistas negros e uma homenagem a membro da comunidade foram a tônica da comemoração da Semana Nacional da Consciência Negra na Escola Estadual Dom Artur Horsthuis.
O ápice da mobilização aconteceu no dia 17 de novembro, 5ª feira, no auditório da escola, como parte do Projeto ERER (Educação para as Relações Étnicos Raciais), de caráter interdisciplinar, da Secretaria Estadual de Educação.
No caso da escola Dom Artur, alunos e professores abraçaram o espírito do ERER, que é o de propiciar reflexões que favoreçam a formação integral do indivíduo reflexivo, ativo e responsável tendo em vista a construção de um mundo mais humanizado, objetivando o combate ao preconceito, ao racismo e exclusão que tanto os negros e indígenas sofreram ao longo da história do Brasil.
A atividade dos alunos contemplou a leitura de biografias de personalidades desde Zumbi dos Palmares, passando por Machado de Assis, Martin Luther King, Nelson Mandela, Carolina de Jesus, Milton Santos, Djamila Ribeiro, Alcione, Gilberto Gil, entre outros, bem como interpretações de textos alusivos às lutas do povo negro ao longo da história do Brasil, ilustrados pelo violão e voz de Isa Frassato, educadora aposentada.
Representantes da Diretoria Regional de Ensino prestigiaram a iniciativa daquela unidade escolar, o que motivou emotivo pronunciamento da supervisora de ensino Maria Aparecida Alcântara.
HOMENAGEM
De comum acordo entre direção, corpo docente e alunos, o escolhido para a homenagem foi o jornalista Deonel Rosa Junior, diretor do Jornal de Jales, com intensa participação na vida comunitária desde que aqui chegou, em 1970.
Ao ler sua trajetória pessoal e profissional, o aluno Vinicius, do 1º B, lembrou que Deonel foi o primeiro presidente do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, fundador do Fórum da Cidadania e que já foi homenageado com a Medalha XV de Abril e com os títulos de Cidadão Jalesense e Cidadão Uraniense.
Ao agradecer a homenagem, o jornalista, bastante emocionado, fez algumas considerações do ponto de vista histórico sobre o povo negro e encerrou sua breve fala com uma frase: “depois do que vi e ouvi aqui, posso dizer com convicção de que ainda há esperança”.