A escolha dos presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil da seccional paulista e das 257 subseções do estado de São Paulo aconteceu pela primeira vez com votos totalmente online na quinta-feira, dia 21 de novembro. A eleição foi transmitida ao vivo do plenário da OAB SP e o resultado pôde ser conferido apenas 20 minutos após o término da votação. A participação dos advogados do estado também foi considerada histórica, com 78% segundo o site oficial da Ordem.
Em Jales foi reeleito presidente, em chapa única, o advogado Ricardo Hentz Ramos, que falou ao Jornal de Jales sobre as perspectivas para mais três anos à frente do cargo.
SÃO PAULO – Leonardo Sica, atual vice-presidente da OAB-SP, foi eleito para a seccional tendo como vice-presidente, Daniela Marchi Magalhães. A maioria dos advogados de Jales votou na chapa vitoriosa: 52% dos votos válidos.
(Giana Rodrigues)
J.J. – O que representa para você mais três anos na presidência da subseção de Jales? Quais serão as prioridades para os próximos três anos?
Ricardo Hentz -A oportunidade de continuar lutando pela classe, pelos ideais, estar presente no dia-a-dia auxiliando o Advogado e Advogada, fomentando as Comissões. Acreditamos que a Ordem tem como papel institucionalizar o debate, garantir espaços de diálogo e promover a inclusão em todos os níveis. Não podemos abrir mão da defesa das Prerrogativas da Advocacia, pela luta da democracia e defesa da cidadania e da Constituição.
J.J. – Quais foram os principais avanços da sua gestão anterior?
Ricardo Hentz – Continuamos os trabalhos já existentes, priorizamos estar ativos e presentes para ouvir e atender o anseio da classe e com as Comissões que são um elo que conecta a advocacia as mais diversas pautas. Aperfeiçoamos os espaços das Salas de atendimento dos Fóruns Estaduais, Trabalhistas e Federais, realizando reformas, revitalizações, layouts e dos novos móveis e equipamentos, a Casa da Advocacia e a sala da Comarca de Urânia, agora contam com um espaço coworking, dedicado especialmente aos Advogados(a) para atendimento e realização de audiências virtuais, uma grande demanda da advocacia no contexto das atividades híbridas pós-pandemia.
J.J. – Há projetos específicos voltados para a valorização e capacitação dos advogados da região? De que maneira a subseção pretende atuar para fortalecer a advocacia no interior, especialmente em municípios menores?
Ricardo Hentz – Sim, com relação a capacitação e valorização temos a Escola Superior de Advocacia, que fornece vários cursos disponíveis para o aprimoramento do currículo da advocacia, como por exemplo Empreendedorismo e Advocacia – Ferramentas para Potencialização e Aceleração de Resultados; Audiências Trabalhistas: Técnicas, Estratégias e Simulações Práticas, entre outros. A ESA também possui vários cursos que são gratuitos. Pretendemos realizar palestras com ênfase nas novas questões do cotidiano do exercício da Advocacia, como a transição da mudança do sistema judiciário para o eproc (sistema processual eletrônico para tramitação dos processos pela web).
J.J. – Como a OAB pode contribuir para aproximar a população do acesso à Justiça? Quais são as principais demandas que a subseção tem recebido da sociedade? A subseção planeja ampliar a participação em questões sociais e de direitos humanos no município?
Ricardo Hentz – Temos em nossa Subseção o atendimento diário realizado pelos Advogados e Advogadas e pela Comissão de Assistência Judiciária, que fornece pronto atendimento à população em todas as áreas, como consultas e nomeações, procurando atender as demandas da sociedade. Além de defender os interesses, o advogado contribui para o bom funcionamento da justiça e para a promoção da igualdade perante a lei. Estamos abertos a diálogos e projetos junto aos órgãos que tratam e atendem as demandas relacionadas aos Direitos Humanos, através da Diretoria e da Comissão de Direitos Humanos da Subseção.
J.J. – Como o senhor avalia o impacto das inovações tecnológicas e do uso de inteligência artificial na profissão?
Ricardo Hentz – A utilização da IA na advocacia, contribui com a otimização do trabalho dos Advogados e das Advogadas. Ela pode ainda ser utilizada em diversos cenários, como identificar e classificar movimentações processuais, colaborando para identificar a fase em que o processo se encontra e determinar um tempo previsto para o processo; identificar a probabilidade de êxito ou perda de uma ação com base na análise de julgamentos anteriores; analisar documentos e petições, identificando padrões e teses, e sugerir documentos e testes.
Mas sabemos acima de tudo, que a advocacia é feita em prol do direito do cliente e para ele deve ser orientada e dedicada. Processos judiciais são um meio de solucionar o direito do cliente. Advogar é gerenciar expectativas, sonhos, projetos dos clientes. Máquinas não fazem isto.
J.J. – Existem planos para parcerias com outras entidades ou órgãos municipais?
Ricardo Hentz – Estamos sempre abertos a novas parcerias, seja com entidades, órgãos municipais ou qualquer outra classe. Inclusive temos projetos como Pascoa Solidária Parceira, Natal Solidário-Faça Uma Criança Feliz, entre outras campanhas, realizadas em parceria com outras entidades, da qual são beneficiadas diversas instituições do município.
J.J. – Como a subseção tem trabalhado para garantir maior diversidade e inclusão na advocacia local?
Ricardo Hentz – Acreditamos que as iniciativas da OAB referentes à paridade, igualdade racial, inclusão de pessoas com deficiência e de pessoas LGBTQIA+ têm de servir de exemplo aos cidadãos. Elas devem extrapolar o âmbito da instituição e servir de parâmetro na construção de uma sociedade mais justa.