Giana Rodrigues

O amor pela profissão de relojoeiro é confirmado pelo tempo que Antônio Rodrigues da Silva, de 85 anos, exerce seu ofício na Relojoaria Oriente, que fica em frente ao terminal rodoviário de Jales.

Há cerca de 65 anos trabalhando com a arte de consertar relógios, ele contou em entrevista ao Jornal de Jales que quando ainda era muito novo, vinha de Pontalinda para aprender os primeiros passos na profissão com Sr. Marques, o Doutor dos Relógios: “eu comecei a trabalhar com isso aprendendo praticamente sozinho, montando e desmontando, e só depois fui fazer um curso de Relojoeiro”, revelou.

Hoje, dia 27 de junho, é celebrado o Dia do Relojoeiro. Mostrando orgulhoso o seu diploma emitido em 1959, pelo Instituto Brasileiro de Relojoaria, ele contou que terminou o curso técnico-prático em primeiro lugar de sua turma.

ANALÓGICOS

O trabalho do relojoeiro é praticamente de um artesão. “Hoje em dia é muito difícil quem tenha paciência para isso. Tenho a mão firme até hoje”, falou o entrevistado, que recebe relógios de pulso, despertadores e até relógios de parede para reparo.

São muitos clientes e a maioria deles, fregueses antigos: “eu sempre mexi em todo tipo de relógio, antigamente passavam por aqui relógios caros, e mesmo não tendo a peça eu posso fazer pedido”, explicou.

Sr. Antônio tem uma infinidade de relógios na loja que ele mesmo construiu: “quando eu construí aqui, não havia rodoviária, não tinha nada, antigamente neste local era um cemitério”, contou.

Declarando amor ao trabalho, o relojoeiro disse que a família pede para ele parar de trabalhar: “não posso parar porque amo isso, venho aqui todos os dias, sou meu próprio patrão e fiz isso a minha vida toda”.

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