Em entrevista exclusiva ao JORNAL DE JALES, as cantoras Ana Castela e Jayne falam sobre a parceria em DVD que será gravado nesta segunda-feira, dia 08, em Londrina. Hoje, dia 11, a boiadeira Ana Castela aterriza em Jales para um dos shows mais esperados da festa de peão.

Jayne que começou a carreira em Paranapuã está prestes a voltar para o interior, com grandes perspectivas de morar em São José do Rio Preto a partir de maio. A cantora é referência para as novas gerações da música sertaneja e é com esse sentimento de reconhecimento que ela conta um pouco mais sobre sua trajetória e sobre o convite para o projeto. (G.R.)

Fotos: Assessoria de Comunicação

Jayne

J.J. Conte pra gente um pouco do seu início de carreira pela região de Jales.
Jayne – Meu começo foi em Paranapuã e aos 9 anos de idade eu já tinha um programa na rádio Assunção de Jales. Aos 11 anos comecei a cantar em bailes com bandas de Jales, Paranaíba (atravessava de balsa na época) e depois na banda Jovem Capri em Votuporanga, onde fiquei até ir para São Paulo aos 16 anos. Já em São Paulo, fiz faculdade de Economia na FAAP e simultaneamente entrei na Varig, como aeromoça por 8 anos, com mais de 8 mil horas de vôo.

Em São Paulo onde tinha um burburinho de música eu estava lá. Em 1989 eu ganhei um festival e com ele a oportunidade de gravar meu primeiro disco, passando depois pelas gravadoras Copacabana, Continental, Paradox e Atração. São mais de 20 discos além das compilações, e os sucessos começaram com “Rainha do Rodeio”, porque antes até do primeiro disco eu já fazia as aberturas de rodeio nas arenas. Músicas como “Se ainda existe amor”, “Você vai ver”, “Dia de formatura”, “Solidão”, entre outras. Gravei em Nashville em 1997 e ganhei disco de ouro com esse álbum.

Em seguida dei uma pausa de 7 anos na carreira com casamento e meu filho Bryan, que hoje tem 24 anos e é tenente do exército. Ele é sem dúvida minha melhor produção, meu grande orgulho. Depois para retomar a carreira foi mais complicado pelas mudanças do mercado, as rádios só tocando com investimentos. Lancei a minha biografia “Estrada da esperança” contando todos os meus amores e dissabores. Não quero me assemelhar a essa galera nova que está em outro estilo musical. Meu público é clássico.

J.J. Como é para você representar as mulheres precursoras da música sertaneja junto à nova geração?
Jayne – É muito bom ser reconhecida pelo que plantei, a Ana conta que a mãe dela Michele cantava as minhas músicas e inclusive ganhou um festival cantando “Preciso ser amada”. Então são três gerações se encontrando no DVD Herança Boiadeira e realmente é uma inserção da Ana nesse mundo mais raiz. Para mim é muto importante atingir esse público dela também, é preciso ter essa renovação para que a gente continue sempre nas paradas.

A música sertaneja é sempre a mais assistida e mais ouvida, isso tudo a gente deve a essa nova geração que incrementou ainda mais a música sertaneja. Na minha época não se ouvia no rádio voz de mulheres, éramos eu, Roberta e Sula Miranda, às vezes ouvíamos o rádio o dia inteirinho e não tocava uma voz feminina. Hoje a cada três músicas, uma é de mulher e isso é muito gratificante, estar inserida nesse contexto como referência.

J.J. – O que a música sertaneja atual ainda preserva de sua origem?
Jayne Esse fenômeno que é a Ana, assim como foi a Marília Mendonça, ela é da nossa raça de bota e chapéu, é como se ela fosse uma filhinha, da nossa galera de sítio, de rodeio, de andar a cavalo e me sinto honrada em ter uma nova representante nesse mesmo segmento.

Ana Castela

J.J. Como é se apresentar em cidades pequenas quando já se apresentou para grandes públicos?
Ana Castela Todos os meus shows são pensados e feitos com a mesma energia e dedicação. Seja em uma grande cidade ou pequenos municípios fico sempre ansiosa para encontrar todos os fãs.

J.J. Como surgiu a ideia do convite para a cantora Jayne?
Ana Castela O meu DVD de modão é um momento muito importante e especial com pessoas que marcaram a música sertaneja e ela é um dos nomes que não poderia faltar. Será a minha oportunidade de voltar para as lembranças que vivi na fazenda, junto a minha família.

J.J. Você acredita que cantoras como ela abriram espaço na música sertaneja para as mulheres?
Ana Castela Com toda certeza, anos atrás ela e outras cantoras abriram portas para que hoje nós mulheres pudéssemos ter o nosso espaço, sermos respeitadas, ouvidas.

J.J. Você sonha em se apresentar ou gravar com algum artista?
Ana Castela Com certeza, tem muitos artistas que eu admiro e sou fã, já realizei alguns sonhos e tem outros que espero que possa dar certo. Se Deus quiser.

J.J. De que forma você lida com o carinho das crianças pelo seu trabalho?
Ana Castela As crianças são muito especiais, amo meus fãs mirins e todo o carinho que recebo deles nos shows, camarim, nas cartinhas e presentes. É sempre muito legal essa nossa conexão.

J.J. Você ainda pensa em fazer faculdade?
Ana Castela Por enquanto não, estou focada na minha carreira e isso demanda muito tempo. Neste momento continuarei apenas na música.

J.J. Como aconteceu a paixão pelo Corinthians, que é um time de São Paulo?
Ana Castela Meu pai é corinthiano e desde pequena aprendi a amar o time com ele, por isso a minha aproximação e paixão pelo time.

Comments are closed.