• Por Alessandro Di Lorenzo e Bruno Capozzi (Olhar Digital)

A onda de calor que atinge o Hemisfério Norte pode causar apagões em extensas áreas. O alerta tem como base o que ocorreu em agosto de 2003. Na oportunidade, 55 milhões de pessoas ficaram sem luz por quatro dias no Nordeste dos Estados Unidos, incluindo cidades como Detroit e Nova Iorque, além de Toronto, no Canadá.

Apagões podem ser mais frequentes
• Em 2003, a interrupção total do fornecimento de energia elétrica foi causada pelas altas temperaturas que sobrecarregaram o sistema de abastecimento.
• Agora, situações assim podem se tornar mais comuns à medida que as mudanças climáticas elevam ainda mais as marcas registradas pelos termômetros.
• Além disso, a demanda por energia atualmente é muito maior e alguns sistemas, especialmente os mais antigos, são frágeis e não estão preparados para um consumo tão alto em aparelhos com ar-condicionado, por exemplo.
• A conclusão é de Mikhail Chester, professor associado da Escola de Engenharia Sustentável e Ambiente Construído da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos.
• Ele estudou as pressões nos sistemas de energia por anos e sugere que as falhas na rede em todo o Arizona aumentariam em 2016 vezes para cada aumento de um grau na temperatura do ar ambiente.
• Na cidade de Phoenix, por exemplo, as temperaturas têm batido recorde nas últimas semanas, uma situação na qual o “ar-condicionado nunca desliga”, diz Chester.
• Apesar disso, ele lembra que as instalações no local são novas e que as maiores preocupações são nas cidades com infraestrutura mais antiga.

Equipamentos antigos não suportarão novas ondas de calor
• As temperaturas em Nova Iorque e Richmond, na Virgínia, estão avançando numa velocidade mais rápida do que a modernização da rede de energia nesses locais.
• “Essa infraestrutura certamente não foi projetada para as condições de hoje”, destaca Chester.
• Se um sistema elétrico chegar perto do limite, a concessionária responsável acionará os planos de contingência, incluindo a redução da demanda.
• Isso significa que os moradores serão obrigados a gastar menos energia.
• “Mas, de vez em quando, você tem um alinhamento de uma série de eventos infelizes. Às vezes, quando as falhas se alinham, elas podem desencadear um desastre. Como em 2003, com o pior apagão da história norte-americana”, ressaltou.

Novo apagão poderia gerar mortes
• O uso de energia é fundamental, uma vez que ela alimenta desde bombas de gasolina para viagens de emergência até equipamentos hospitalares.
• Em 2003, a mortalidade e as internações hospitalares respiratórias aumentaram de duas para oito vezes durante o apagão, sobrecarregando os serviços médicos.
• Mas os efeitos hoje poderiam ser ainda piores.
• Um estudo do Instituto de Tecnologia da Geórgia analisou Phoenix, Atlanta e Detroit, descobrindo que um apagão de vários dias em qualquer uma dessas cidades produziria o dobro do número de mortes relacionadas ao calor do que um período de altas temperaturas.
• Em Phoenix, os impactos seriam os piores: metade da população urbana precisaria de atendimento médico e 1% morreria.
*Com informações de Fast Company.

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