Por Giana Rodrigues

Na segunda-feira, dia 11, a notícia de “greve” na Coopersol Jales (Cooperativa de Catadores de Lixo Reciclável) divulgada pela então presidente Vânia da Silva, alarmou os munícipes acostumados a deixar nas calçadas seus resíduos recicláveis para coleta.
A Prefeitura Municipal emitiu nota declarando surpresa pelo anúncio e o que aconteceu nas primeiras 24h foi uma verdadeira corrida para organizar caminhões que pudessem suprir o recolhimento do lixo já depositado nas ruas.
Em entrevista ao programa de rádio Antena Ligada, o prefeito municipal Luís Henrique Moreira detalhou os subsídios que são oferecidos à cooperativa atualmente: “A prefeitura apoia o trabalho da Coopersol fornecendo para uso dos cooperados os três caminhões para coleta, um carro, um motorista, R$6 mil de combustível e uma cesta básica por família”.
A coleta seletiva na cidade abrange todos os bairros hoje em dia, contemplando o centro da cidade, já que o comércio é um grande gerador de material reciclável.
Atualmente 21 famílias fazem parte da cooperativa e seu trabalho é voltado para a geração de renda através do lixo que não é lixo.
A reportagem do J.J. apurou que a paralisação da coleta aconteceu apenas na segunda-feira, 11, tendo sido retomada no dia seguinte. Reuniões entre a prefeitura e a cooperativa aconteceram para alinhar as expectativas dos cooperados às possibilidades do poder público.
A secretária de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente, Sandra de Lima Gigante, designou o servidor público Ademir Molina para prestar assistência e suporte à Coopersol neste momento de reestruturação. Em decisão conjunta, Vânia e os cooperados definiram pela mudança na gestão e pensam em agendar nova eleição para breve.

IMPORTÂNCIA DA COLETA SELETIVA
Resíduos que poderiam ser reciclados e gerar renda, se descartados no aterro sanitário, provocam além da lotação do espaço, danos ao meio ambiente. Essa informação é do conhecimento de todos, porém o descarte correto ainda está longe do ideal em Jales.
Segundo informações da Secretaria de Agricultura, além de algumas residências não separarem o lixo para a coleta seletiva, cerca de 30% do material separado não é aproveitado pois carrega itens que não são vendidos pela cooperativa ou lixo doméstico comum.
A cooperada Evani Dias, que trabalha na Coopersol desde sua fundação em 1998, conta que muitos dos itens chegam inutilizados pela sujeira, restos de comida e outros: “não é preciso lavar bem, mas se o material estiver muito sujo temos que jogar fora na hora da separação. Itens como cobre (fios), metal (panelas velhas), latinhas, vidros e papelão conseguimos vender por um preço bom”, contou à reportagem.
Ao contrário do que aconteceu na pandemia quando houve uma valorização na venda dos itens recicláveis, atualmente o valor do quilograma dos materiais vem caindo. “Isso se reflete nos catadores autônomos que sumiram das ruas agora, mas por outro lado pode fortalecer a Coopersol se tivermos mais pessoas se conscientizando da importância de separar o lixo para eles coletarem”, afirmou Sandra Gigante.
Um novo tempo deve começar agora para a Coopersol e essas famílias que cuidam de um setor tão importante para todos os munícipes. Os cooperados dizem contar com o apoio da população para que aquilo que é descartado inadequadamente possa, a partir de agora, ajudar a construir um futuro diferente para todos.

A Coopersol foi fundada em 1998 e recolhe resíduos para coleta que, se descartados incorretamente, causam danos ao meio ambiente
Atualmente 21 famílias fazem parte da cooperativa e seu trabalho é voltado para a geração de renda
A coleta seletiva abrange todos os bairros hoje em dia, incluindo o centro da cidade

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