Marco Antonio dos Santos
(Diário da Região)
Levantamento com base em dados do Infosiga traz um alerta: a cada quatro dias, um jovem morre em acidente de trânsito na região de Rio Preto, composta de 94 municípios. De janeiro de 2015 a maio deste ano, 2.465 vidas foram perdidas em ruas, avenidas e rodovias regionais, sendo que 26,9% das vítimas, 665 pessoas, tinham menos de 30 anos. O trânsito é a principal causa da morte de jovens, segundo especialistas.
De sexta-feira, 7, a domingo, 9, a estatística de acidentes com mortes aumentou: foram 11 mortes no trânsito. Um dos casos foi na madrugada de domingo, quando duas adolescentes, de 16 e 17 anos, morreram e três jovens também menores de 18 anos ficaram gravemente feridos após o carro em que estavam colidir contra a parede de um prédio comercial, no São Deocleciano, em Rio Preto. O condutor era um jovem de 17 anos, sem habilitação.
O secretário municipal de Saúde, André Baitello, tem percebido uma maior demanda por atendimento nas UPAs para vítimas de acidentes de trânsito de Rio Preto. Pelo levantamento da pasta, os jovens são a maioria dos feridos. “Temos aproximadamente 14 acidentes de trânsito por dia, o que representa um grande volume de atendimento no Samu e nas UPAs. A maior parte das vítimas morrem em acidentes motociclísticos”, alerta o secretário.
Para o porta-voz da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Rio Preto, o inspetor Flávio Catarucci, uma das explicações para o maior envolvimento de jovens com acidentes é a falta de cautela na direção dos veículos. “Infelizmente, boa parte dos condutores autuados por excesso de velocidade são jovens e esse é um dos fatores principais de causa de acidente. O risco de perder o controle da direção quando o veículo corre muito é altíssimo, mas por inexperiência os condutores mais jovens pisam muito no acelerador”.
BLITZES
Comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar, o tenente coronel Marcelo Lessa afirma que a corporação, em parceria com a Guarda Municipal, tem intensificado as blitze no trânsito para coibir excesso de velocidade, falta de habilitação e embriaguez ao volante.
“Só neste final de semana, fizemos três dias de fiscalização em pontos de maior registro de acidentes. Não aconteceu na via do acidente em que morreram as duas adolescentes e feriram os três jovens porque não é uma avenida com grande registro de acidentes. Mas vamos passar a fazer lá de forma preventiva”, afirma o oficial.
Para enfrentar o fenômeno dos grupos de redes sociais que avisam os locais de blitze, a PM tem mudado constantemente os pontos de barreira. No final de semana, houve fiscalização na avenida Sabino Cardoso Filho, a principal rota alternativa de acesso à região dos condomínios de alto padrão e ao lago 3 da Represa Municipal.
“Quando a gente faz a blitz, é também para forçar o jovem sem habilitação a não pegar o carro do pai ou mãe, porque fica com medo de ser pego”, afirma o tenente coronel.
Lessa recomenda aos pais negarem sobre qualquer hipótese, a concessão do volante ao filho menor de 18 anos, mesmo que seja para apenas transitar dentro do condomínio fechado. “Quem não tem habilitação não pode dirigir. Escondam as chaves, deixem ordem na portaria. Pais, protejam seus filhos deles mesmos”, aconselha Lessa, que prefere não opinar sobre o acidente do São Deocleciano até a conclusão do inquérito policial.