• Luiz Ramires


O coordenador na Missão Univida, padre Eduardo Lima foi convidado para apresentar o trabalho da missão durante uma reunião em Campo Grande, com Alice Wairimu Nderitu, Subsecretária Geral e Conselheira Especial de Prevenção de Genocídio da ONU – Organização das Nações Unidas. Ela veio ao Brasil para conhecer a situação dos povos indígenas, dos afrodescendentes e de outros grupos e comunidades vulneráveis do país.
O padre explicou ao Jornal de Jales que ter um organismo da ONU – Organização das Nações Unidas, no caso a Assessoria Especial para Prevenção do Genocídio, vindo até o Brasil para observar e ouvir as questões indígenas é de uma importância extrema, já que volta a atenção do mundo e também do próprio Brasil para o que acontece com nossos indígenas.
“São muitas as violências que acometem nossos povos originários e que são silenciadas, não recebem a devida atenção da mídia, da sociedade e do próprio poder público. Para citar algumas das questões de violência estão as invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio, como o que recentemente se viu com a questão dos garimpos ilegais e os Yanomamis que que culminou na crise humanitária internacionalmente reconhecida, conflitos territoriais, homicídios, ameaça de morte, lesões corporais dolosas e mortes por desassistência”.
O padre explicou que como Alice Wairimu Nderitu deixou bastante claro, a função desse organismo é a de colher informações sobre o que ocorre com nossos indígenas, em várias esferas, desde as autoridades, representantes da sociedade civil, organizações não governamentais – aí entra a Univida e especialmente, as lideranças indígenas e a partir daí propor atitudes e ações para a proteção dos povos originários. Inclusive, a chegada da representante da ONU é em um período pós-conflitos entre Polícia Militar e indígenas, no Mato Grosso do Sul.
“Muito interessante foi que em sua fala, a Dra. Alice nos contou que quando esteve em Roraima em visita à comunidade indígena Pium, da etnia Macuxi, um ancião disse: há muitos e muitos anos eu sempre ouvia que a ONU viria … e hoje veio”, afirmou!


RELATÓRIO
Após a visita, a Assessoria Especial para Prevenção do Genocídio fará um relatório sobre o que observou aqui e apontará os riscos percebidos e possíveis meios de prevenção ao genocídio.
O padre declarou ainda que “para a Univida, ter a nossa organização não governamental convidada para essa reunião com a assessoria da ONU para dar voz sobre ao que conhecemos sobre as situações de vulnerabilidade dos indígenas da Reserva de Dourados/MS e áreas circunvizinhas, onde atuamos, é afirmar a credibilidade, integridade e resolubilidade ao nosso trabalho. É conferir visibilidade mundial para as ações humanitárias da Univida, com o aval da ONU. É um momento histórico para nós da Univida, para todos os 3.500 voluntários. Mostra que estamos no caminho certo”.
A Univida está se preparando para a 12ª Missão Dourados, que acontecerá entre 14 a 21 de julho de 2023 e também em breve será lançado o edital para a 4ª Missão Univida Amazônia, que acontecerá em janeiro de 2024, na comunidade Menino Deus, do setor baixo Maués-Açu, do município de Maués/AM.

O trabalho da Univida foi apresentado durante reunião com Subsecretária Geral da ONU, Alice Wairimu Nderitu
A Subsecretária Geral da ONU manteve reunião com os indígenas durante visita às comunidades de Mato Grosso do Sul
O padre Eduardo falou sobre as violências sofridas pela comunidade indígena de Dourados e região

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