Desde que foi ordenado, padre Eduardo Alves de Lima tinha uma inquietação: sensibilizar e aproximar os seres humanos. Vivenciando sua vocação durante seus 13 anos de sacerdócio, ele materializou todas as suas experiências e memórias através do livro “Humano que toca o Humano”.
Padre Eduardo Lima, de 39 anos, é coordenador diocesano de pastoral, mas é conhecido, principalmente, por seus trabalhos prestados à comunidade indígena através da Associação Humanitária Universitários em Defesa da Vida – UNIVIDA, da qual é fundador.
A UNIVIDA, que já realiza missões há 12 anos, se propõe a levar jovens universitários a uma vivência extraordinária, colocando-os em contato com populações em risco social, na expectativa que respondam a esta experiência humanitária tornando-se profissionais conscientes de seu papel social. E foi por meio disso que nasceu sua primeira obra.
Em entrevista ao Jornal de Jales, padre Eduardo disse que sempre foi um objetivo de vida ter suas ideias, aspirações, ações e trabalho registrados. “A melhor forma de registro é o livro, este veículo e conhecimento que tanto me fascina, por ser atemporal, que guarda consigo a natureza humana. Então, sempre que tinha tempo, escrevia alguns tópicos que gostaria de abordar. Com a criação da UNIVIDA e a expansão das missões humanitárias, eu possuía um material de grande riqueza, pelas experiências vivenciadas e então me propus a colocar no papel a importante questão da humanização, em seus muitos aspectos”, explicou.
O padre disse que o cerne principal do livro trata do “humano”, aquele que olha e sente em si a verdadeira face da fraternidade, que toca o outro de muitas maneiras, não necessariamente o toque físico, mas que se conecta com o outro e neste processo, sente-se completo, necessário e disponível para amar seu próximo.

DEDICAÇÃO
Padre Eduardo revelou na entrevista que o desejo de se tornar um escritor sempre esteve presente. “Senti a urgência de realmente me dedicar ao longo processo da escrita em meados de 2022. Mas devido aos meus compromissos, escrevia as ideias que iam me ocorrendo e muitas vezes não conseguia finalizar. No ano passado, coloquei como meta ter o livro publicado até dezembro e assim foi. Em setembro de 2023 estava com o livro redigido, aguardando a revisão e diagramação e os estudos da capa para ter tempo suficiente de tê-lo em mãos até dezembro”.
O livro “Humano que toca Humano” é a primeira obra do padre Eduardo Lima, mas segundo ele, essa será a primeira de muitas. “Espero continuar a escrever e a publicar. É um exercício de despojamento, quando me coloco diante dos leitores da mesma maneira com que levo meu trabalho sacerdotal, missionário e pessoal. Tenho planos para escrever um outro, abordando temas mais filosóficos.”
A Diocese de Jales sempre apoiou o trabalho missionário proposto pela UNIVIDA. “Continuo tendo o apoio de Dom Reginaldo Andriettta, que entende e incentiva a ação missionária da Associação”, completou Eduardo Lima.
O exemplar do livro pode ser adquirido no escritório da Catedral de Jales ou na sede da Univida, na Escola Vocacional, por R$ 40,00.

O livro “Humano que toca o Humano” é de autoria do padre Eduardo Lima, da Diocese de Jales, que documenta suas memórias em missões junto ao povo indígena no Brasil

AMAZÔNIA
Como um assunto puxa outro, no mês de janeiro de 2024, a Missão Univida na Amazônia chegou à sua 4ª edição, com a participação de cerca de 100 voluntários.
“O que me chamou atenção neste ano na missão foi o grande entrosamento entre os voluntários, o que se espelhou na dinâmica dos atendimentos, que superaram nossas expectativas, em número e qualidade”, reforçou o padre.
Nesta edição, a missão na Amazônia contou com o apoio da Diocese de Parintins que intermediou o acesso da UNIVIDA a um barco da Unidade Básica de Saúde Fluvial, do município de Maués/AM, equipado com consultórios para que a equipe prestasse os atendimentos.
A próxima missão deste ano será, como de costume, em julho, em Dourados, no Mato Grosso do Sul. O edital de convocação já está publicado no site da UNIVIDA, onde os candidatos encontram todas as informações para as inscrições.
“Um dos objetivos da UNIVIDA é a sensibilização do universitário, futuro profissional, contribuindo em sua formação humanística. Porém a procura entusiasmada de profissionais nos levou a abrir espaço também para esses, que inclusive colaboram na orientação dos universitários. Portanto, as missões UNIVIDA acolhem universitários e profissionais”, finalizou o padre.

Padre Eduardo enaltece a experiência que jovens universitários adquirem, conhecendo a realidade de povos excluídos
Na 4ª Missão Univida na Amazônia, a comunidade ribeirinha contou
com tratamento de universitários e profissionais da saúde

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