- Luiz Ramires
Só com o envolvimento da comunidade, da Prefeitura e da Câmara, a cidade poderá voltar a ter uma Casa de Apoio para mulheres vítimas de violência, como já houve, em épocas anteriores, durante a administração do prefeito Humberto Parini.
Sem essa união se torna inviável qualquer iniciativa nesse sentido, como disse Maria Gabriela Alves Parini, durante audiência pública na Câmara Municipal, no dia 3 de abril, segunda-feira representando o Coletivo de Mulheres.
Ela destacou que em outras cidades menores, como Santa Fé do Sul, já existe convênio para a Casa de Apoio que está em fase de construção. Os vereadores se manifestam favoráveis ao projeto, devendo buscar ajuda para sua concretização.
Outra questão é a instalação da Delegacia de Defesa da Mulher em prédio próprio para melhorar o atendimento.
PREFEITURAS
Da mesma forma, a Casa de Apoio foi uma das discussões durante encontro do Coletivo, com a deputada estadual Beth Sahão (PT) no dia 1º de abril. Ela disse, no entanto, que essa é uma questão das prefeituras. Assim, o que precisa ser feito é uma mobilização da comunidade para procurar viabilizar algum projeto como esse, envolvendo parcerias como a OAB e outras instituições.
A deputada explicou que existe um programa federal do Ministério de Políticas para as mulheres que é a Casa da Mulher Brasileira, implantado no Governo Dilma, interrompido no Governo Bolsonaro e que está sendo relançado no Governo Lula, mas até o momento ela só foi construída em capitais e deverá aumentar um pouco, mas apenas em grandes centros urbanos.
Essa dificuldade de instalação em cidades menores é devido à estrutura que envolve equipe multiprofissional, instalação no local, da Delegacia de Defesa da Mulher, como em São Paulo, sendo que a casa é construída pelo Governo Federal e mantida pelo Estadual. É por isso que a solução é procurar viabilizar alternativas locais.
PROJETO
Durante o encontro, o vereador Hilton Marques (PT) informou que já foi aprovado um projeto dele, em 2021 que é o Dossiê da Mulher Jalesense para que se possa ter um diagnóstico próprio para o município, independentemente do que já existe no Estado e no País. O projeto propõe que todos os setores públicos que recebem mulheres vítimas de violência conversem entre si, como a Prefeitura, a Delegacia da Mulher, as entradas na saúde e outros segmentos.
Mas é um projeto que precisa envolver também os municípios da região, chamando os prefeitos para a responsabilidade para, entre outras ações, reabrir a Casa de Apoio não só para Jales, para que o combate à violência contra a mulher passe a ser uma política essencial, pois muitas são dependentes do agressor e acabam retornando para seu convívio, sofrendo mais violência e isso não pode continuar.