O Grupo de Vigilância Epidemiológica Estadual promoveu uma reunião na manhã de quinta-feira, dia 5 de maio, na Câmara Municipal de Jales, para discutir com gestores de saúde da região ações intermunicipais integradas que contribuam para o controle da dengue nas 35 cidades que fazem parte do GVE XXX (regiões de Jales, Santa Fé do Sul e Fernandópolis).
A reunião foi conduzida pelo médico Manoel Paz Landim, interlocutor de Zoonoses do Grupo Regional de Vigilância Epidemiológica (GVE XXX de Jales), que contou com a presença dos prefeitos Luis Henrique Moreira (Jales) e Ivan de Paula (Aspásia), secretários municipais, coordenadores e gestores de saúde de cidades da região, representantes da Santa Casa de Jales e de Urânia, UPA 24H (Unidade de Pronto Atendimento) e profissionais das Vigilâncias Epidemiológicas Municipais.
O médico Manoel Paz Landim ressaltou que a reunião teve objetivo propor medidas que sejam possíveis de colocar em prática. “Queremos traçar ações municipais integradas para falarmos a mesma língua e, dessa forma, reduzirmos os casos graves da doença”, ressaltou.
Durante a reunião, os profissionais da saúde lembraram que em todos os anos em que foram registradas epidemias de dengue, nunca se teve uma quantidade tão grande de mortes como agora.
De acordo com os números apresentados, em 2018, por exemplo, nenhuma morte foi registrada. Em 2019 e 2020, foram contabilizados três óbitos na região do GVE XXX, enquanto em 2021, foram apenas duas mortes. Já em apenas quatro meses de 2022, foram confirmadas cinco mortes e outros três óbitos estão sendo investigados. “Se todos forem confirmados, teremos um total de oito óbitos por dengue até o dia 4 de maio deste ano, em um raio de 40 quilômetros de Jales”, informou o GVE.

DIFICULDADE
Os profissionais ressaltaram que existem dificuldades na estrutura de Saúde que estão impossibilitando o enfrentamento à dengue, como o tempo de espera para a leitura de exames, o cruzamento de dados e informações entre um município e outro.
“Por ser uma doença dinâmica, é fundamental que todos os profissionais que realizam os atendimentos aos pacientes, falem a mesma língua. Precisamos de ações intermunicipais, a conduta deve ser exatamente a mesma em todas as unidades básicas de saúde antes do paciente ser enviado para as referências e Santas Casas”, informou Manoel.
A secretária municipal de Saúde de Jales, Nilva Gomes Rodrigues de Souza, afirmou que os números de casos positivos e óbitos por dengue em Jales preocupa. “Em apenas quatro meses já temos dois óbitos na cidade e se confirmarem os que estão sob investigação, teremos um total de oito na região. Nos comprometemos a colocar novas ações em prática que possam otimizar diagnósticos e evitar o agravamento da dengue”, revelou Nilva.
O administrador da Santa Casa de Jales, Rafael Carnaz Prado, garantiu apresentar ao GVE um Plano de Contingência, já que a Santa Casa atende a pacientes que tenham desde sintomas leves até os casos mais complexos.
O prefeito Luis Henrique disse que o poder público tem feito sua parte, mas a ajuda da população é fundamental nas medidas de eliminação de focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
Conforme informou a Secretaria Municipal de Comunicação, na próxima quinta-feira, dia 12, uma nova reunião será realizada para tratar do assunto com médicos, enfermeiros e profissionais de saúde da região.

O médico Manoel Paz Landim, interlocutor de Zoonoses do Grupo Regional de Vigilância Epidemiológica (GVE XXX de Jales), ressaltou a importância de ações intermunicipais integradas // Fotos: Secretaria de Comunicação
A secretária municipal de Saúde de Jales, Nilva Gomes, ressaltou que somente nos quatro primeiros meses de 2022, duas pessoas morreram vítimas da dengue na cidade / / Fotos: Secretaria de Comunicação

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