• Bruno Gabaldi

Na semana que passou, o Jornal de Jales recebeu via WhatsApp a informação da morte de dois cachorros por envenenamento no Jardim São Judas Tadeu, mais especificamente entre a Rua Anisío Martins Ferreira e Rua Iguaporé.
A denúncia foi feita pela moradora Maria de Fátima Neves, 61 anos, aposentada. Segundo ela, um deles comeu algo com o veneno e o outro lambeu a saliva. Ambos morreram em questão de minutos.
A reportagem do Jornal de Jales acompanhou o caso na manhã de quinta-feira, dia 31 de março. Rosinei Gonzalez Ramires, 53 anos, é a dona de Beethoven, um dos cachorros mortos.
Ela contou que sempre soltava o animal para dar uma volta, mas da última vez percebeu algo estranho. “O Beethoven veio correndo desesperado em meus braços, como se estivesse pedindo ajuda. Logo depois morreu, não deu tempo de fazer nada. A boca dele estava com veneno. Ele era muito dócil, não fazia mal a ninguém. Além de Beethoven, o outro cachorrinho não tinha dono, era conhecido pela vizinhança e sempre ficava no açougue da esquina”, explicou.
Além disso, dona Rosinei diz que agora tem medo de seus outros três cães – Luna, Fred e Ronaldinho – e o coelho de sua filha – Rivotril – também serem envenenados. “Não sabemos quem está por trás disso. É muita maldade e agora temos de redobrar nossa atenção”, disse a moradora.

MEDO
Maria de Fátima contou que o seu gato também foi vítima de maus-tratos há dois meses. “O Major chegou em casa com um espeto de ferro cravado em uma das suas patas. Tive que levar ao veterinário. A pessoa fez na maldade mesmo”, ressaltou.
Sandra Márcia Aragão, 49 anos, é da vizinhança e cuida de Thor, um cachorro de rua. Ela trata do cão todos os dias com comida, água e, quase sempre, concede abrigo em sua casa. “Depois disso tudo, agora estamos com medo de que matem o Thor. Precisamos achar quem está fazendo isso”, afirmou.
Além desse caso, as moradoras afirmaram que existem outras informações da morte de mais dois cachorros por envenenamento na Rua José Neris dos Santos, via paralela ao local dos fatos.

POLÍCIA
De acordo com Rosinei Ramires, o caso foi apresentado à polícia, porém, nada puderam fazer. “Disseram que teria que ter levado o animalzinho morto lá”, expressou.
Procurada pela reportagem, a Central de Polícia Judiciária de Jales explicou que, neste caso, deveria ter sido realizado um laudo de médico veterinário confirmando a morte do animal por envenenamento, para assim abrir um Boletim de Ocorrência por maus-tratos e iniciar a investigação. Câmeras de segurança também podem auxiliar na identificação de possíveis autores.

PROTETORAS
Rose Chaves, protetora do Grupo Amigo dos Animais, informou ao Jornal de Jales que no mesmo dia gatos também foram envenenados no Jardim Eldorado. “Há 15 dias, no Jardim Novo Mundo, mais uma vez mataram uma gata com cinco filhotes. Há uma semana, no Jardim São Jorge, gatos foram envenenados. Queremos uma resposta da polícia para investigação desses casos de maus-tratos, até porque estão jogando carne ou salsicha recheada de veneno no quintal das casas, perigo para crianças colocarem na boca e acontecer uma fatalidade. Várias vezes fomos na delegacia, mas nada puderam fazer”, disse.
Ainda segundo ela, as protetoras estão realizando um trabalho de orientação para que a população não deixe seus animais soltos na rua.

VENDA DE VENENOS
Na segunda-feira, dia 28 de março, a vereadora Carol Amador (MDB) protocolou o Ofício nº35/2022 solicitando ao prefeito Luis Henrique Moreira (PSDB) adoção de medidas que inibam ou dificultem a compra de venenos utilizados para matar animais domésticos.
“Certamente a facilidade de acesso a estes venenos, que ficam expostos até em bancas de supermercado, tem estimulado estas ações”, afirma a vereadora no texto do ofício.

Os cães mortos por envenenamento foram recolhidos pelas moradoras
Rosinei Gonzalez Ramires: “Às vezes eu soltava o Rivotril (coelho) e ele ia até o portão de casa. Mas agora tenho medo de ele ser envenenado também”
Maria de Fátima Neves: “Um dia o Major (gato) chegou em casa com um espeto de ferro enfincado em uma das patas.
É muita maldade do ser humano”
Sandra Márcia Aragão: “Somos uma família adotiva para
o Thor (cão), mas como ele também fica na rua, temos
medo de ser vítima de maus-tratos”

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