Foi sepultado no último domingo, dia 27 de março, às 12 horas, no Cemitério Nossa Senhora da Paz, o corpo do delegado de polícia Sebastião Biazi. Ele faleceu na véspera, 26, de complicações decorrentes da Covid-19, na Santa Casa de Jales, onde ficou internado 17 dias, deixando a esposa Luzia e os filhos Gustavo e Fernando.
O corpo do conhecido policial foi velado em dois períodos no plenário da Câmara Municipal — no sábado, das 15 às 22 horas, e no domingo, das 8 às 12 horas.
Estiveram presentes policiais de todas as corporações —Polícias Civil, Militar, Bombeiros, Federal e até viatura do SAMU — no último adeus ao valoroso colega.
Quase no final do velório, o delegado seccional Charles Wiston de Oliveira tomou a palavra e falou sobre a carreira e o desempenho de Biazi ao longo dos seus 32 anos na Polícia Civil, definindo-o como policial vocacionado e presente durante as 24 horas do dia.
O seccional dirigiu-se especialmente à professora Luzia, viúva, pedindo desculpas pelos dias e horas que Biazi deixou de conviver com a família para atuar em operações destinadas a combater o crime em todas suas dimensões.
Ao final de seu pronunciamento, o delegado Charles anunciou que vai sugerir às autoridades competentes ato administrativo dando o nome de Biazi ao prédio da Central de Polícia Judiciária de Jales. “Será uma justa homenagem a quem soube honrar a Polícia Civil”, concluiu.

BOM COMBATE
Em nome da equipe de trabalho, falou o investigador de polícia Devanir Jorge Caires. Em tom emotivo, o policial discorreu sobre o comportamento humanizado de Biazi revelando que, em algumas oportunidades, ele chegou até a tirar dinheiro do bolso para comprar marmitex para investigados com fome.
Outro lado pouco conhecido de Biazi era a fé. Segundo Devanir, todas as vezes que a equipe saia para operações, o delegado sempre dizia: “que Deus nos proteja”. O investigador encerrou sua fala citando versos do apóstolo Paulo relacionando-os com a carreira do chefe: “combateu o bom combate”.
Por fim, falou o médico Gustavo, filho de Biazi. Emocionado, quase em lágrimas, referiu-se ao tratamento carinhoso que recebeu do pai, incapaz de falar alto ou gritar, mas sempre apontando o caminho do bem e apoiando a família em tudo.

CORTEJO
Um imenso cortejo formado por policiais, familiares e amigos do extinto percorreu as ruas da cidade. Tendo à frente dois carros da Polícia Militar, a urna mortuária, seguida por veículos oficiais e particulares, saiu da Câmara Municipal, entrou na avenida João Amadeu, passou defronte a Central de Polícia Judiciária e depois seguiu para o cemitério onde o corpo foi sepultado.

A urna mortuária passou por ruas e avenidas da cidade rumo ao cemitério // Fotos: Bruno Gabaldi
No sepultamento, muita emoção por parte
dos colegas e admiradores do delegado // Fotos: Bruno Gabaldi
Delegado seccional Charles Wiston de Oliveira defende nome do delegado Sebastião Biazi em prédio policial //Foto: Josiane Bomfiim

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