O dia amanheceu ensolarado. Era uma manhã de temperatura amena. Deonel estava cumprindo o serviço militar obrigatório no TG 02-032, sob instrução do 2º Sargento Ruy Machado de Oliveira, hoje capitão reformado e residindo lá pelas bandas de Mogi Mirim. Sob o olhar apreensivo e entristecido de meus pais, no dia 1º de abril de 1970, o determinado garoto arrumou suas malas e, a convite do hoje advogado Wanderlei Garcia, veio aportar naquela que era informalmente chamada de “Fundão da Araraquarense” ou “Boca do Sertão”, que começava a despontar no interior distante, quase nas fronteiras do Mato Grosso do Sul, hoje uma cidade formada, polo regional consolidado, comércio pulsante e agronegócio interessante. Mercê de sua determinação, iniciou-se profissionalmente, em Jales, no meio radiofônico (rádios Assunção e Cultura), conquistando aos poucos, a admiração de uma considerável parcela da população. Aproveitando-se de sua experiência no jornalismo (Tabloide da Nova Paulista e Jornal da Cidade), com a cara e a coragem adquiriu o controle acionário do Jornal de Jales, no inicio dos anos 80, caso não esteja enganado. Fez do semanário um veículo de informação independente, sério, disseminador da verdade e imparcial.  Por tal, ganhou o respeito da população, que viu ali um órgão de confiabilidade. Casou-se em 09/01/1982, dia em que ele completava 31 anos. Fez de Gema Aparecida Prandi sua parceira até que insidiosa moléstia a tirasse de seu convívio. Não teve filhos, porém nas conversas que mantínhamos, se orgulhava de ter duas sobrinhas e estava radiante por ter sido guindado à posição de tio-avô, com o nascimento do Pedro, que conheceu pessoalmente. Como a vida é repleta de surpresas, agradáveis e desagradáveis, deixou este mundo de forma serena, em repouso, inesperadamente. Fez muitos amigos, ganhou o respeito de expressiva parcela dos jalesenses. Sentimo-nos orgulhosos, engrandecidos, envaidecidos e agradecidos pelas homenagens que está recebendo “post-mortem”, sinal claro que sua passagem pela vida terrena foi produtiva.  Sabíamos que ele era detentor de bom conceito na cidade, mas não a tal ponto. Nosso mais profundo respeito e gratidão pela municipalidade denominar de Jornalista Deonel Rosa Junior o novo viaduto que será erguido em Jales e também à galera da área de conveniência do Posto Pupim, que instituiu o local como Espaço da Amizade Deonel Rosa Junior, sem esquecer do pessoal que o homenageou com o Concerto Sinfônico. Vale destacar a família Prandi Franco, que o acolheu como se fosse um membro nato. Um idealista que participava ativamente das coisas boas da cidade (Santa Casa, Hospital de Amor e outras). Meus pais, no outro lado da vida, devem estar gloriosos do filho que geraram. Agradecemos, profundamente, as manifestações de pesar que continuamos recebendo até hoje. Não nos esqueceremos das demonstrações de respeito ao Deonel.

Silas, Marli, Carmen, Maria Eliza, Ana Luiza, Vinicius e Pedro

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