• Bruno Gabaldi

De acordo com dados da Delegacia Seccional de Polícia Civil de Jales sobre taxa de suicídio, divulgado com exclusividade ao Jornal de Jales na semana que passou através do delegado seccional Charles Wiston de Oliveira, mostra que até o dia 15 de setembro, lamentavelmente 11 pessoas tiraram a própria vida em Jales. Esse número já ultrapassou o total de suicídios consumados de 2021, quando a delegacia registrou 10.
Os dados são registrados desde 2015, e o gráfico revela instabilidade no número de suicídios consumados (mortes) e suicídios tentados (tentativa).
Em 2015, o registrou começou com um total de 12 mortes. Em 2016, o número saltou para 16; em 2017 – 11 suicídios consumados; 2018 subiu para 13; 2019 atingiu novamente 16 mortes; a partir de 2020 o número caiu para 12; na sequência, em 2021 foi o total mais baixo, com 10 suicídios; e em 2022, até metade de setembro, 11 mortes registradas.
Já os números de tentativas de suicídios são assustadores durante esse período. No ano de 2015 a delegacia registrou 96 casos; 2016 – 84; em 2017 saltou drasticamente para 141 tentativas; 2018 subiu para 150; 2019 – 137; 2020 – 140; em 2021, a taxa de tentativas caiu radicalmente para 70; já em 2022 a taxa subiu para 73 casos, até metade de setembro.

DESCRIÇÃO
Conforme veiculou o Jornal de Jales em 2021, de acordo com os dados da Delegacia Seccional, o perfil das pessoas que cometeram tentativa de suicídio entre 2019 e 2021 em Jales se dão na maioria de pele branca, sexo feminino, faixa etária entre 20 a 29 anos, estado civil solteiro e tem escolaridade de pelo menos do 1º ao 2º grau completo.
A incidência maior de tentativas acontece no público estudante, em residências, durante a noite e por meio de ingestão de medicamentos. Maioria dos motivos: depressão, problemas familiares ou problemas psicológicos.
Já o perfil das vítimas de suicídio consumado em Jales entre 2019 e 2021, são na maioria também de pele branca, porém do sexo masculino, faixa etária entre 40 e acima de 60 anos, estado civil entre solteiro, casado e divorciado e tem escolaridade do 1º grau incompleto ao superior completo.
A ocorrência maior de morte sucede às pessoas aposentadas, do lar, autônomas ou estudantes, durante a manhã, em residências ou sítios/fazendas por meio de enforcamento. Maioria dos motivos: depressão e problemas psicológicos.

PREVENÇÃO
De acordo com a cartilha de prevenção da campanha “Setembro Amarelo”, disponibiliza aos profissionais de imprensa, promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Asociación Psiquiátrica de América Latina (APAL), o suicídio está associado a vários fatores de risco, incluindo socioculturais, genéticos, filosófico existenciais e ambientais.
A existência de um transtorno mental é considerada um importante fator de risco para o suicídio. Uma revisão de 31 artigos científicos publicados entre 1959 e 2001, englobando 15.629 suicídios na população geral, demonstrou que em mais de 96,8% dos casos caberia um diagnóstico de transtorno mental à época do ato fatal (Bartolote e Fleischmann, World Psychiatry Journal, 2002). Esse foi mais um estudo científico a estabelecer, inequivocamente, um elo entre os dois, comportamento suicida e doença mental.
Os transtornos mentais mais associados ao suicídio são: depressão, transtorno bipolar, dependência de álcool e de outras drogas psicoativas. Esquizofrenia e certas características de personalidade também são importantes fatores de risco.
A ameaça é ainda maior quando existe a interação entre dois ou mais desses fatores, como, por exemplo, depressão e alcoolismo, ou a coexistência de depressão, ansiedade e agitação.
Ainda segundo a cartilha, para prevenir o suicídio, é importante saber identificar pessoas em risco e oferecer ajuda.

A taxa de suicídios tentados se manteve alta durante quatro anos consecutivos,
tendo subida e descida drástica de 2016 para 2017, e de 2020 para 2021
Após queda em dois anos consecutivos, a taxa de suicídios consumados voltou a crescer em 2022.
Os números registrados até o dia 15 de setembro deste ano já superou a taxa de 2021

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