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Hoje responderei uma questão bastante polêmica: perdoar ou não uma traição?
Primeiro precisamos entender que a pessoa não traiu o companheiro ou a companheira, a traição é sempre a si mesmo. A pessoa que trai, trai o amor que é dela, trai um sentimento, o amor que ela sente por alguém. Talvez fique um pouco difícil de pensar assim porque pensamos que a outra pessoa foi desonesta com a gente, mas não, ela foi desonesta com os sentimentos dela em relação à outra pessoa, pois o vínculo nunca é com a outra pessoa. O meu vínculo é com os meus sentimentos, com aquilo que eu sinto, com os sentimentos que eu experimento em relação a quem eu me relaciono.
Penso que a questão seria escolher continuar junto com essa pessoa ou não, pois não cabe ao companheiro perdoar, mas ela mesma se perdoar do que fez e aí ambos decidirem o que é melhor pra vida de cada um. Esse tipo de escolha não é fácil, sempre há muitas outras questões envolvidas nisso e também não existe o certo e o errado, cada casal terá que analisar e tomar a melhor decisão possível.
Se relacionar com o outro nunca será uma tarefa fácil, até porque ninguém é igual a ninguém e temos a mania de achar que o outro é uma extensão nossa (que pensa igual, sente igual e por aí vai).
Guardem bem isso: a pessoa nunca trai o outro, ela trai a si mesma.

Jéssica Amadeu de Freitas
Psicóloga clínica na abordagem psicanalítica.
CRP 06/118656
Cel (17) 99616-1564

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