Anteontem, dia 17 de fevereiro, sexta-feira, foi celebrada Missa de 7º Dia pela alma do jalesense Manoel Cervantes Gerez, o Manolo. Ele faleceu no dia 11, no sábado anterior, de acidente de moto, nas imediações de Caxias, no Rio Grande do Sul.
Ele tinha 71 anos, era casado com Regina Longhi Cervantes e deixa o filho Luiz Fernando, médico, a nora Mel e o netinho Leonardo. O corpo foi velado na Capela Mortuária ACM e a cremação aconteceu no domingo, 12, no Crematório Ecumênico de Canela-RS, onde morava.
O infausto acontecimento provocou grande comoção em Jales, já que Manolo, que viveu infância, juventude e a maior parte da idade adulta em Jales, era membro de uma tradicional família, cujos patriarcas vieram da Espanha, estabelecendo-se em nossa cidade.
Em Jales, Manolo trabalhou mais de duas décadas como engenheiro civil, mudando-se depois para Balneário Camboriú, onde instalou a Cabaña Dom Cervantes (de iguarias finas) e posteriormente para Canela.
Na semana que passou, o filho Luiz Fernando enviou mensagem à família que este jornal republica na íntegra.

Álbum de família: Manolo, à direita, com os irmãos Miguel, Catalina e Luiz Carlos /Fotos: Arquivo familiar

Um pedaço de mim se foi…

Estimada Família…
Por força da profissão infelizmente vejo seguidamente a tragédia de inversão de ciclos, quando os pais perdem os filhos. Não foi assim com meu pai… Ele viveu muito bem, feliz, agregando além da família sanguínea que ele tanto amava, muitos amigos, histórias, paixões, eventos que o divertiam muito, tanto em Jales quanto em Camboriú e em Canela. Foi digno da belíssima vida que viveu. Garanto a vocês que foi muito lindo, e que ele queria mais…
Infelizmente o alinhamento das estrelas assim não permitiu, mas o que ele teve foi intenso, e muito graças a esses dois aventureiros que também deixaram muitas histórias, e com coragem atravessaram um oceano para criar uma vida – Maria e Miguel.
Também graças à família, graças aos “agregados” que ele tanto estimava, aos amigos antigos e aos recentes, amigos de infância e amigos da Harley que ele tanto amava, a nora e o neto que tanto falava e curtia.
Vamos nos abater, vamos chorar, virão dias piores, a saudade vai certamente se transformar ao longo do tempo, mas vamos celebrar como ele celebrava, com as coisas boas, um bom vinho, um bom jamon, uma boa azeitona, um bom papo, um bom passeio, um apaixonado pela vida que era.
Aos que têm pais e mães, aproveitem eles. Eu tive essa oportunidade e foi incrível, fenomenal. Hoje um pedaço de mim se foi, mas ele é certamente infinitamente menor do que aquele que ficou comigo, que como meu pai falava tanto… faz parte dos intangíveis valores.
Beijos no coração a todos vocês… obrigado pelas palavras nesses dias e o carinho, a despeito da distância, nada muda…
Por fim, deixo uma
passagem de um
filme que sempre me lembrava do meu pai. Ele era
meu super-homem…exemplo mor
Você será diferente.
Algumas vezes se sentirá como um excluído,
Mas nunca estará sozinho.
Fará de minha força a sua.
Verá a minha vida através de seus olhos,
Assim como a sua vida, será vista através dos meus.
O filho se torna o pai e o pai se torna o filho.”
*Luiz Fernando Longhi Cervantes (filho)

Manolo com a esposa Regina com quem se casou em Jales

O já saudoso jalesense a bordo de sua moto Harley integrava o grupo Siting Bull de Canela. Um dos integrantes lembrou a frase do colega falecido:“Prefiro morrer na minha moto, do que morrer no meu sofá”

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