Deonel Rosa Junior é insubstituível. Jales não terá outro jornalista-cidadão como ele, que pautou sua trajetória pessoal e profissional para melhorar, com o Jornal de Jales, a vida de todos os jalesenses.
Dito isso, seu legado, o JJ, precisa permanecer vivo, apesar da morte repentina do seu diretor, ocorrida na manhã da última segunda-feira, dia 22. A perpetuação do seu trabalho era o que ele queria, como sabem familiares e amigos.
A continuidade do Jornal de Jales é, também, o que a cidade precisa. Quanto mais fontes de informação confiáveis os moradores tiverem, melhor informados ficarão e, consequentemente, tomarão decisões mais certeiras em todos os assuntos relevantes para o desenvolvimento do município.
E o Jornal de Jales é muito mais do que só uma mídia confiável. Fundado durante o período mais crítico da ditadura militar no Brasil, os anos 1970, esse veículo de comunicação foi o responsável, nessas cinco décadas de existência, por vitórias sociais, econômicas, culturais e políticas importantes – e inegáveis – para a cidade e região.
Com um jornalismo inovador, sempre voltado para a cidadania, as notícias, os editoriais e os artigos de opinião publicados ao longo dos últimos 50 anos auxiliaram, por exemplo, a luta pela conquista da ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, a consolidação do centro universitário local, a Unijales; o Hospital de Amor, a 4ª. Vara, a Justiça do Trabalho, a Polícia Federal, só para citar alguns diferenciais de Jales com os demais municípios da região.
Deonel, como nenhum outro, sabia unir adversários em busca do bem-comum. Era capaz de sentar-se em todas as mesas, ouvir e ser ouvido por todos os lados, argumentar buscando soluções para os problemas e, aos domingos, colocar os jalesenses a par de tudo o que era mais relevante.
Todos que conviveram com ele aprenderam que jornalismo é muito mais do que a exposição de fatos. É, principalmente, o debate de ideias na busca das melhores soluções para os problemas de Jales. Por isso o Jornal de Jales não pode morrer.
Mas para que ele exista, ele precisa ser reconhecido como um patrimônio do município. Essa valorização não deve ser, apenas, na forma de honrarias – que sempre são bem-vindas, é claro! -, mas especialmente na forma de ações concretas, que começam com o acolhimento da nova equipe, sem o Deonel, mas formada com os princípios dele, e prosseguem com o apoio para a continuidade do trabalho.
A perda de Deonel Rosa Junior será sentida eternamente. Mas o Jornal de Jales está pronto para seguir com o seu legado.

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