O início deste ano não poderia ser mais desafiador. Quando a grande maioria imaginava que a pandemia de coronavírus estava sob controle, eis que surge uma variante, a ômicron, virando o mundo do avesso.
Tida e havida como de rápida disseminação, mas menos letal para quem já foi vacinado, a notícia da primeira morte na última quinta-feira, 6 de janeiro, em Aparecida de Goiânia, se encarregou de mostrar que, em relação ao vírus, ninguém tem certeza de nada.
Por esta razão, não há como negar que agiram bem os prefeitos Roberto Visoná, de Dirce Reis, e Evandro Mura, de Santa Fé do Sul, que não esperaram a casa cair para depois investir na reconstrução.
O caso da vizinha Dirce Reis é emblemático. Do final do ano para este começo de 2022, a cadeia de transmissão do vírus assustou a população da acolhedora localidade.
Antes que o pior acontecesse, o alcaide cancelou as tradicionais festividades alusivas ao Dia dos Santos Reis. Decisão corajosa, pois, em face do prestígio daquela manifestação cultural e religiosa, haveria inevitável aglomeração.
Além do mais, continua viva em corações e mentes da população de Dirce Reis um fato trágico: o prefeito eleito João Carlos Rainho foi uma das vítimas da Covid-19, falecendo poucos meses depois da posse.
Evandro Mura também foi firme. Embora Santa Fé do Sul seja Estância Turística e atraia milhares de pessoas de todas as partes do interior paulista e da capital para os ranchos em seu entorno, o prefeito simplesmente cancelou o carnaval.
Em ambos os casos, não valia a pena correr riscos, especialmente porque, como foi escrito no início do texto, nem os mais renomados cientistas têm certeza absoluta sobre a evolução do vírus.
Os exemplos de Dirce Reis e Santa Fé do Sul devem servir de sinais de alerta para todos os demais municípios não somente da região noroeste como do próprio país.
É muito melhor ficar sem festa agora do que, em caso do recrudescimento da pandemia, chorar lágrimas de sangue depois.

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