Se você trabalha em alguma área de TI (Tecnologia de Informação), posso afirmar que, em algum momento, você enfrentou dificuldades para explicar a alguém fora do contexto o que é feito exatamente. Isso ocorre porque, embora as pessoas tenham cada vez mais familiaridade com o uso de softwares para executar tarefas do dia a dia, poucas de fato conseguem compreender o funcionamento da fabricação de um software.

Com o crescimento constante desse mercado, as empresas percebem a necessidade da criação de novas áreas e funções para o aprimoramento do processo e até mesmo para as pessoas que atuam em algum segmento de TI. Algumas funções costumam não ser claras, principalmente quando se desdobram de funções pré-existentes, fazendo com que um pré-conceito fique engessado em nossa visão. Neste contexto, vou abordar sobre o QA (Quality Assurance).

Antes de mergulharmos na função, eu preciso explicar um pouco sobre a qualidade de software. A preocupação com a falta de qualidade nos sistemas desenvolvidos começou a ganhar peso na década de 90 por um simples motivo: perda de dinheiro. Segundo Roger Pressman, Engenheiro de Software e autor de “Engenharia de Software – Uma abordagem profissional”, que é tida como a obra mais importante da área, as empresas desperdiçavam bilhões de dólares por ano em softwares que não entregavam o que prometiam.

Sabemos bem que nada é mais frustrante do que usar um produto que não funciona. Mais do que isso, a sociedade se tornou cada vez mais dependente desses serviços, que já tomavam conta de muitas tarefas, desde as mais simples até as mais complexas, como softwares de máquinas de exames médicos, por exemplo. Erros no desenvolvimento desses sistemas, por menores que fossem, poderiam gerar prejuízos consideráveis.

O que foi feito para evitar que tais problemas ocorressem? Testes.
Podemos observar que desde a metodologia ‘cascata’, desenvolvida por Winston Walker Royce em 1970, a fase de testes já estava presente. Aqui, já introduzimos o primeiro herói da engenharia de software: o analista de testes.

Ele era e é o responsável por encontrar erros e falhas na execução de um software. Comumente, acreditamos que todos os segmentos da área de qualidade são restritos a essa função: caçar os famosos bugs.

Até porque, o testador foi amarrado desde cedo ao “setor de QA”, e isso não está incorreto. O incorreto é acreditar que toda pessoa que atua dentro da área de qualidade passa toda a sua jornada de trabalho limitada a encontrar bugs. Então, vamos desconstruir a visão do indivíduo que fica dentro de uma sala revirando o sistema, esperando algo dar errado.

QA (Quality Assurance) garante a qualidade em TI. O QA planeja e executa testes. O QE (Quality Engineer) foca em automação, DevOps e performance. Analistas de Testes executam planos de testes e automatizados.

Uma pessoa pode desempenhar todas essas funções. Compreender cada papel é essencial para um time de Qualidade eficaz no desenvolvimento de software.

Gabriela Dantas
(Analista de QA na Precisão Sistemas)

Gabriela Dantas

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