Na obra “Vidas Secas”, Graciliano Ramos denuncia a condição de desigualdade e luta enfrentadas por um pai de família, (Fabiano) para prover comida e moradia para seus filhos, animais de estimação e esposa em meados da primeira metade do século passado. A crítica de Graciliano permanece válida, nos dias atuais, ao ser constatada a vulnerabilidade socioeconômica enfrentada pelas famílias brasileiras. Assim, é fundamental discutir as consequências negativas do percalço, bem como os principais desafios para a erradicação da insegurança alimentar no Brasil.
Primordialmente, o alimento deixou de estar presente na mesa da população, isso devido à questão econômica. Thomas Morus, no final do século XVIII defendeu a ideia de que a produção de alimentos não acompanhava o crescimento exponencial da população, e esse seria o motivo para a escassez de alimentação. Entretanto, no momento presente constata-se que essa ideia é errônea, na medida em que o país é um dos maiores produtores mundiais na indústria alimentícia, mas 52 milhões de brasileiros estão em situação de extrema pobreza, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o STF (Superior Tribunal Federal), desde 2010 ocorreram 3.100 processos de furtos alimentícios e de itens básicos de higiene. Nesse cenário catastrófico, à ausência de comida soma-se à perda da dignidade desses seres humanos famélicos.
Enquanto a solução não chega, o cenário de fome traz, por consequência, o aumento dos índices de mortalidade infantil e desnutrição crônica. A situação de pessoas em extrema pobreza favorece, infelizmente, a estatística de que crianças pobres têm até três vezes mais chances de morrer antes dos cinco anos de idade. Neste contexto desolador, a infância brasileira corre seríssimos riscos de alcançar um futuro digno e nutrido. Mas, afirmado por Heráclito de Éfeso: “nada é permanente, exceto a mudança!”
Logo, é necessário solucionar os problemas relacionados à insegurança alimentar no Brasil. Para isso, é fundamental que o Governo Federal, por meio do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, em parceria com o Ministério da Cidadania, desenvolvam mecanismos de distribuição funcional e eficiente de alimentos aos mais necessitados, campanhas televisivas de incentivo à doação junto aos empresários, para que seja mitigada a fome de quem vive no país, tornando a Nação mais justa e igualitária. Outrossim, ainda sob responsabilidade do Executivo Federal, juntamente aos entes estaduais e municipais, atualizar o CadÚNICO, para ser melhor utilizado no filtro dessas famílias necessitadas. Assim, essas atitudes responsáveis gerenciarão o problema da fome até que a economia do país volte a crescer e gerar emprego e renda.

𝑨𝒏𝒂 𝑩𝒆𝒂𝒕𝒓𝒊𝒛 𝑩𝒐𝒓𝒈𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝑨𝒍𝒎𝒆𝒊𝒅𝒂
Estudante do curso de redação professor Marcondes

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