Dentro da dinâmica cristã a centralidade da nossa fé consiste na ação salvífica da Santíssima Trindade, especialmente a 2° Pessoa que dela subsiste: Jesus Cristo, Verbo encarnado. Como afirmará os Santos Padres: “Jesus é divino como autoexpressão de Deus, como a Palavra que procede de Deus, como Filho daquele que Jesus chamava Pai”.
Neste sentido, cremos ainda que Jesus tem um projeto de vida para cada homem e mulher onde a culminância é a nossa salvação. Salvação essa, no entanto, herdada desde o evento da Cruz onde o Cristo, sacrificando-se pela humanidade, a redimiu da condenação da morte eterna dando-nos a esperança através de Sua ressurreição. Para tanto, aderir e seguir com confiança o Cristo Salvador requer de nós o firme propósito da alegria e do amor em servi-Lo constantemente. Afinal: Ele mesmo é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Cf. Jo 14, 6) e ninguém chega ao Pai senão através D’Ele e por Ele.
Recordar Jesus é ainda recordar que N’Ele existe um grande coração misericordioso inflamando e ardendo constantemente pela humanidade. Ali, naquele Sacratíssimo Coração, experimentamos algo profundo e lisonjeável: o Seu amor. Ora: “Deus é amor! E todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele […] quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele…” (Cf. 1 Jo 4, 15-16). Ele, o Santíssimo Coração de Jesus está conosco nos amando e nos santificando. Não há outro lugar, portanto, para encontrarmos o caminho concreto da felicidade eterna.
Celebrar ainda o Sagrado Coração de Jesus é celebrar a prova de que somos guiados e conduzidos a grandes e verdes pastagens e que a eternidade é o bem maior que devemos buscar e conquistar.
Na pessoa ainda do Presbítero, mas especificamente do Padre e do Bispo – in persona Christi – encontramos diante dos Sacramentos, sobretudo o da Eucaristia, a força eficaz e vivificadora para afirmarmos: o Senhor está conosco e, assim, alimentarmos, consecutivamente, a nossa fé. Da mesma forma, somos convidados a sermos, como o Coração de Jesus, amorosos, misericordiosos, servidores, alegres e atentos às necessidades dos nossos irmãos e irmãs.
Busquemos plenamente vivermos essa graça e mesmo diante da nossa pequenez, recordar as palavras do Salmista que entoa: “não nos trate como exigem nossas faltas” (Cf. Sl 102) mas possamos crer que “o amor do Senhor Deus, por quem o teme, é de sempre e perdura para sempre” (Cf. Sl 102), amém.
Vitor Rafael da Silva Aguiar
(Estudante do 4º ano de Teologia do Seminário Diocesano de Jales)