A partir da primeira Revolução Industrial, a mulher conquistou seu direito ao trabalho remunerado. Porém, até os dias atuais, depende de leis para assegurar sua valorização, principalmente, em cargos de poder, justificado pelo machismo estrutural na sociedade. A população feminina não se sente devidamente representada, logo, o mês de março é um período para refletirmos sobre as injustiças que persistem ainda hoje, e das lutas que ainda virão.
Dito isso, tem-se a Emenda Constitucional nº 97/2017 que torna obrigatório que cada partido indique o mínimo de 30% de mulheres para concorrer ao pleito. Ainda assim, a candidatura não é garantia, basta olhar o número das eleitas em 2018, que não ultrapassou 17% no Congresso Federal. Esse índice deixa claro que nem o sexo feminino vota nas candidatas para representá-las. Fato que precisa ser mudado através do entendimento por parte das mulheres e de disposição delas a concorrer e a ocupar vagas de chefes de estado, cadeiras de alto escalão, ou seja, desmistificar que são o sexo frágil. É possível sim participar de política, economia, astronomia e finanças.
Contrastando com o Estatuto da Mulher Casada, vigente desde 1962, que associa a imagem da mulher às atividades do lar, há os diversos movimentos feministas e a emancipação das mesmas, que vão na contramão dos ideais patriarcais. Mulheres delegadas, médicas, engenheiras, agrônomas… casadas ou não, ocupam o seu lugar na sociedade.
Por isso, a participação feminina nos poderes, torna-se essencial na luta pela igualdade, tanto para levar assuntos como divisões de tarefas domésticas ao debate social, quanto em elaboração de pautas que visam soluções para conciliar emprego e maternidade, além de reivindicações por mais vagas e horários flexíveis de creches para os filhos. Contudo, tais pedidos não são vistos como condição primordial justamente pela falta da participação feminina na política.
Enfim, a luta das mulheres por igualdade de direitos, não para e justamente por isso, leis, pautas femininas e tomadas de decisão não devem caber majoritariamente a homens. Tendo em vista essas questões, no dia 8 de março, não queremos ser parabenizadas sem que ao menos haja reflexão sobre o significado desse dia e o quão necessário é essa luta. Não é possível tolerar feminicídio. Não é possível tolerar desrespeito e falas machistas. Não é possível tolerar indicações de que lugar devemos ocupar. Basta!!! Chega!
Maria Eduarda Freire
(Aluna da 3ª série A, da E.E. Juvenal Giraldelli – Projeto interdisciplinar “Para além dos parabéns”)