O mês de julho nos proporcionará a oportunidade de celebrar duas datas importantes, com sentidos próximos. No dia 20, será o Dia do Amigo, enquanto no dia 30 será o Dia Internacional da Amizade. O samba, escrito por Cleber Augusto da Cruz Bastos, Djalma Falcão e Bicudo, interpretado pelo grupo Fundo de Quintal, já dizia: “A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir. Somos verdade, nem mesmo este samba de amor pode nos resumir”. Já Milton Nascimento eternizou em Canção da América que “amigo é coisa pra se guardar. Debaixo de sete chaves. Dentro do coração. Assim falava a canção que na América ouvi”.

E foi aqui na América do Sul que a comemoração do Dia do Amigo iniciou-se, primeiramente na Argentina, criada pelo professor de Psicologia e filósofo argentino Enrique Ernesto Febbraro, que se inspirou na chegada do homem à Lua, em 20 de julho de 1969, como uma oportunidade de fazer novos amigos. Somente em meados da década de 90 que a data passa a ser conhecida no Brasil. A celebração do Dia Internacional da Amizade, por sua vez, foi uma comemoração estimulada pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2011, com a intenção de que a amizade entre os povos se consolide e pelos esforços de paz.

Mesmo com várias datas a serem celebradas, com a inspiração do professor Ernesto, nos distanciamos da possibilidade de vivenciar nossas amizades. Os relacionamentos sociais se realizam atualmente de forma online, onde muitos colecionam milhões de seguidores e amigos, mas não vivenciam a verdadeira amizade. Diariamente vemos exemplos de desunião e o individualismo nos afasta.

Segundo o Papa Francisco, a amizade deve ser cultivada. “Em geral, as amizades verdadeiras não se explicitam: acontecem e vão sendo cultivadas. A tal ponto que a outra pessoa já entrou na minha vida como preocupação, como bom desejo, como uma sadia curiosidade de saber como ela está, como vai à sua família, os seus filhos. A paciência é necessária para construir uma boa amizade entre duas pessoas. Tempo e paciência. Como dizem os árabes, é preciso ‘comer vários quilos de sal’. Muito tempo de conversa, de estar juntos, conhecer-se, e assim a amizade vai se construindo” (Mensagem do Papa Francisco à Rádio FM Millennium, 15 de setembro de 2015).

O texto-base da Romaria Diocesana de Jales de 2024 nos aponta que, “Cristo doou sua vida por nossa salvação. No seguimento a Cristo, “também nós devemos dar a vida pelos irmãos” (1Jo 3,16). Por isso, a exemplo do Bom Samaritano, nos “fazemos próximos” (cf. Lc 10,25-37), solidarizando-nos afetivamente com quem sofre, “cuidando suas feridas” com “entranhas de misericórdia”, e solidarizando-nos efetivamente, sobretudo com os pobres, em suas lutas por condições dignas de vida, promovendo, também, necessariamente, partilha de recursos. Doando-nos com o mesmo amor de Cristo, testemunhamos amizade verdadeira”.

Vitor Inácio Fernandes da Silva

Vitor Inácio Fernandes da Silva
(Assessor de Comunicação da Diocese de Jales e jornalista das rádios Assunção e Regional FMs)

Comments are closed.