Transcorrido o tempo Quaresmal, a Igreja que peregrinou de forma intensa no deserto da humanidade com orações, jejuns e abstinências, agora adentra à Jerusalém com o Filho de Deus, Homem Salvador, que caminha em direção ao Calvário para lá culminar o Seu amor pelos homens e mulheres. Morrendo na cruz, o amor é evidenciado. Ressuscitando, a esperança é instaurada.
Celebrar a Semana Santa é, portanto, reviver todo o mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo e N’Ele configurar o maior gesto idealizado a humanidade pecadora: o amor Redentor! Este amor de Jesus age como um meio transcendente, mas que também emerge em cada coração humano como a maneira Divina de fortalecer a fé e comunhão entre os homens e a Deus.
A morte de Jesus é causa e motivo de sua missão: de dar a vida, de cuidar dos pobres e oprimidos, de se entregar livremente até as últimas consequências com o objetivo específico de anunciar a vinda do Reino de Deus e realizá-lo de forma concreta ao bem comum de todos. Por outro lado, a morte do Senhor não foi o fim de sua existência enquanto Filho de Deus. Pois afinal: Ele ressuscitou!
Nas palavras do teólogo Vitor Galdino: “Com a morte e ressurreição de Jesus, há uma intervenção do Pai na história humana. O Pai reage aos produtores da morte e ressuscita a vítima pascal. Não são os assassinos a terem a última palavra. A última palavra é a do Pai: a caridade, a vida, a liberdade que vence todo mal. Aquele que criara o mundo na liberdade, a liberdade primeira e frontal, resgata o mundo na mesma liberdade, a liberdade escatológica”.
Ressuscitando, Jesus traz consigo a esperança e o poder para que cada cristão afirme: “Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos”(Hb 4, 15).
Ao Cristo que é Alfa e Ômega, Princípio e Fim e que a Ele pertence o tempo e a eternidade, possamos cantar as maravilhas de Deus pela ressurreição do Seu Filho conforme nos abrilhanta a Proclamação da Páscoa: Exulte o céu e os anjos triunfantes, mensageiros de Deus desçam cantando. Façam soar trombetas fulgurantes, a vitória de um Rei anunciando. Alegre-se também a terra amiga que em meio a tantas luzes resplandece. E, vendo dissipar-se a treva antiga, ao sol do eterno Rei brilha e se aquece. Que a mãe Igreja alegre-se igualmente erguendo as velas deste fogo novo. E escutem reboando de repente, o aleluia cantado pelo povo.

  • Vitor Rafael da Silva Aguiar (Seminarista e estudante do 3º ano de Teologia da Diocese de Jales)

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